Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o Sudeste foi responsável pela perda de mais de um milhão de beneficiários (-1,1 milhão) de planos de saúde em 2016. Só o estado de São Paulo registrou a extinção de 630 mil vínculos nos planos de assistência médica, seguido do Rio de Janeiro, com 264 mil.

Em todo país, houve uma perda de 1,4 milhão de beneficiários de planos de assistência médica, com retração de 2,8%, entre dezembro de 2015 e dezembro de 2016. Nesse período foram fechados cerca de 1,4 milhão de postos de trabalho, com declínio de 3,3%, na mesma base de comparação, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

“Ainda é cedo, mas acho que se conseguirmos estabilizar nas taxas de 2016 será um avanço. Se a gente conseguir interromper essa tendência de queda será positivo. A deterioração no mercado de trabalho e a queda do rendimento das famílias e empresas afetaram negativamente o desempenho do mercado de saúde suplementar no último ano, especialmente em relação à aquisição de planos coletivos empresariais”, esclarece a presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Solange Beatriz Palheiro Mendes. De acordo com a executiva, esse tipo de contratação registrou queda 3,2% em doze meses, passando de 32,8 milhões em dezembro de 2015 para 31,8 milhões em dezembro de 2016.

“Há uma clara relação entre a dinâmica do mercado de trabalho formal e o desenvolvimento do mercado de saúde suplementar. Com a retração das atividades econômicas, houve a queda do número de beneficiários. Os planos coletivos empresariais são responsáveis por mais de 66,4% dos vínculos”, analisa Solange Beatriz.

Apesar de manter a trajetória de desaceleração em sintonia com a recessão econômica, o segmento de planos de saúde mostra resiliência, já que a redução do número de beneficiários foi bem menor que a queda do emprego e do PIB, nos últimos doze meses terminados em dezembro de 2016. Enquanto os planos de saúde registraram queda de 2,8%, o PIB (Produto Interno Bruto) deve sofrer uma retração de 3,5% (Focus) e o estoque de empregos, 3,3%.

“O País está saindo de um processo de crise na economia. 2017 será um ano para estabilizar e voltar a crescer. As questões do setor de saúde são estruturais e nossos esforços estão voltados para diminuir custos e coibir os desperdícios”, afirma a presidente da FenaSaúde.