Apenas 2% dos hospitais privados registram ocupação de UTI para covid acima de 80%. O dado foi divulgado, nesta terça-feira (3), em uma pesquisa realizada pelo SindHosp (Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo), que mostra uma diminuição na ocupação de leitos covid e um aumento de cirurgias eletivas.

A pesquisa demonstra que a pressão por internação diminuiu consideravelmente nos últimos dez dias: 94% dos hospitais informam que não houve aumento de internações de pacientes com covid-19 nos últimos 10 dias. O levantamento ouviu 66 hospitais. Deste total, 27% de hospitais da capital e 73% do interior, que somam 2.795 leitos de UTI e 5.512 leitos clínicos dedicados ao atendimento covid.

Leitos de UTI

O número de hospitais com taxa de ocupação de UTI para covid-19 acima de 80% despencou. Na pesquisa de número 15 (28 de junho a 2 de julho), eram 62% dos hospitais que relatavam ocupação acima de 80% dos leitos de UTI para pacientes covid-19.

Na pesquisa 16 (12 a 19 de julho), o percentual de hospitais com taxa de ocupação de UTI covid acima de 80% caiu para 6%. No levantamento atual, apenas 2% relatam ocupação superior a 80%. Hoje, 42% dos hospitais possuem ocupação de UTI entre 51% e 70% e 33% registram ocupação entre 71% e 80%.

Em números absolutos, 26 hospitais responderam que, do total de 418 leitos disponíveis de UTI, 249 estão ocupados, correspondendo a 60% de leitos ocupados por infectados covid.

Leitos clínicos

A ocupação de leitos clínicos acima de 80% caiu drasticamente. Apenas 2% dos hospitais relatam ocupação de leitos clínicos acima de 80% enquanto na pesquisa anterior (12 a 19 de julho) 6% informavam ocupação acima de 80%.

Hoje, 38% dos hospitais relatam ocupação de leitos clínicos entre 51% e 70% e 27% registram ocupação entre 71 % e 80%, sendo que na última pesquisa eram 61% que infomavam ocupação entre 71% e 80%.

Segundo o presidente do SindHosp, o médico Francisco Balestrin, a pressão por atendimento Covid vem diminuindo nas últimas semanas nos hospitais privados e, simultaneamente, aumentando o índice de cirurgias eletivas.

“Hoje 29% dos hospitais relatam aumento de 20% das cirurgias eletivas e 18% deles apontam aumento de 30% das cirurgias eletivas. Esses dados indicam que está havendo um movimento de retomada dos atendimentos não-covid nos hospitais, mas não há filas de espera na maioria dos serviços”, afirmou.

No entanto, apesar do avanço da vacinação, o médico recomenda a manutenção dos protocolos de segurança à saúde: máscara, lavagem de mãos e distanciamento social. Na pesquisa, 67% dos hospitais informam não ter fila para atendimento de pacientes não-covid.

O afastamento de colaboradores por problemas de saúde continua sendo o maior entrave ao atendimento de paciente covid para 46% dos hospitais enquanto na pesquisa anterior eram 59% dos hospitais que tinham essa queixa.

Na pesquisa, 32% dos estabelecimentos de saúde apontam a falta de outros profissionais de saúde e 21% registram a falta de médicos como problemas no enfrentamento à pandemia.

Estoque de medicamentos
36% dos hospitais têm estoque para 10 dias
5% dos hospitais têm estoque para 15 dias
41% dos hospitais têm estoque para até 1 mês
4% dos hospitais têm estoque para mais de 1 mês
5% dos hospitais têm estoque para uma semana

Estoque de O2
37% dos hospitais têm estoque para 15 dias
33% dos hospitais têm estoque para até 1 mês
11% dos hospitais têm estoque para mais de 1 mês

Faixa etária dos pacientes
77% dos pacientes clínicos têm entre 41 a 50 anos (na pesquisa anterior eram 71%)
85% dos pacientes de UTI têm entre 51 a 60 anos (na pesquisa anterior eram 28% dos pacientes de UTI entre 41 a 50 anos)

Tempo médio de internação
88% dos pacientes clínicos ficam internados de 8 a 14 dias (na pesquisa anterior eram 66%)
79% dos pacientes de UTI ficam internados de 15 a 21 dias (na pesquisa anterior eram 62%)