Nos últimos doze meses terminados em setembro de 2016, o mercado de saúde suplementar manteve a trajetória de desaceleração em sintonia com a recessão econômica que atingiu o País. O aumento da taxa de desemprego nos diversos segmentos da economia e a queda do rendimento médio dos trabalhadores também contribuíram para esse cenário. Ressalta-se, no entanto, que o setor de saúde suplementar, mesmo vulnerável, foi mais resiliente – uma vez que, mesmo na crise, o brasileiro resiste em abrir mão do plano de saúde – e a redução do número de beneficiários foi bem menor que a queda do emprego e do PIB, como demonstra o gráfico abaixo.

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Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os planos de assistência médica contabilizaram mais de 48,3 milhões de beneficiários (68,6% do total) com redução de 3,1%, enquanto os exclusivamente odontológicos totalizaram 22,2 milhões (31,4% do total) com aumento de 2,7%, ambos na mesma base de comparação.

A deterioração no mercado de trabalho e a queda do rendimento das famílias e empresas afetaram negativamente o desempenho do mercado de saúde suplementar, especialmente com relação à contratação de planos coletivos empresariais. Esse tipo de contratação registrou queda 3,2% em doze meses, passando de 33,2 milhões em setembro de 2015 para 32,1 milhões em setembro de 2016.

De acordo com especialistas da FenaSaúde, o cenário para 2017 ainda é incerto e o setor projeta estabilidade do número de beneficiários de planos médicos. Os planos exclusivamente odontológicos devem crescer em ritmo inferior ao observado em anos anteriores e projeta-se um crescimento entre 2% e 2,5%, totalizando 22,7 milhões de beneficiários em dezembro de 2017.

Ao final de setembro de 2016, atuavam no mercado de saúde suplementar 1.101 operadoras com registro ativo e com beneficiários. Ressalta-se que nos nove primeiros meses do ano foram cancelados 34 registros de operadoras médico-hospitalares e 22 exclusivamente odontológicas.