A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou, na sexta-feira (25), a segunda oficina de trabalho de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças (Promoprev), no Rio de Janeiro. Voltado para operadoras, o principal objetivo da atividade foi estimular o aprimoramento da gestão dos programas de promoção da saúde e de incentivo a hábitos saudáveis destinados aos beneficiários de planos de saúde. Também foram discutidas a necessidade de aumentar o número de pessoas envolvidas nas atividades existentes e a revisão do modelo aplicado atualmente, buscando a valorização da atenção integral e integrada em saúde. “Estamos investindo na sensibilização das empresas sobre esse tema e como aprimorar as ações para gerar impacto positivo na qualidade de vida das pessoas. Como resultado, esperamos programas mais efetivos e baseados na atenção integral ao beneficiário de plano de saúde, e com resultados em saúde, como a redução de doenças crônicas, tabagismo e alcoolismo, entre outros”, explicou a diretora de Normas e Habilitação dos Produtos, Karla Santa Cruz Coelho.

O evento foi aberto pela gerente-geral de Regulação Assistencial da ANS, Raquel Lisbôa, que apresentou, de forma resumida, os temas discutidos na primeira oficina Promoprev, realizada dia 31/10, também no Rio de Janeiro. Alguns dos tópicos apresentados foram a necessidade de avaliação de indicadores de saúde dos beneficiários e o acesso e análise de informações como ferramenta estratégica para elaboração de ações no campo da saúde, além da criação de incentivos.

Na sequência, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rudi Rocha, falou aos participantes da oficina sobre técnicas de avaliação de impacto de políticas e programas e alguns desafios que se apresentam neste tipo de atividade, como a necessidade de bases de dados sólidas sobre um determinado tema, ao longo do tempo e de grupos semelhantes. Dessa forma, é possível realizar estudos mais consistentes e traçar um panorama do antes e depois de uma intervenção. E, para isso, Rocha destacou como pontos favoráveis o aumento exponencial do volume de informações, a evolução de técnicas de análise e a crescente interação entre pesquisadores, governos e empresas para transformar massa de informação em conhecimento.

Houve também a apresentação de Alberto J.N. Ogata, coordenador do Laboratório de Inovações Assistenciais em Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças na Saúde Suplementar – ANS/Organização Pan-americana de Saúde (Opas). Ele comentou sobre diversos aspectos relacionados às motivações e incentivos no campo da promoção da saúde e como essas iniciativas podem impactar na mudança de comportamento do beneficiário. Um deles é o incentivo econômico. De acordo com Ogata, há estudos que mostram que 77% das empresas do ramo de planos de saúde dos Estados Unidos e Canadá concedem incentivo financeiro como forma de estimular pessoas a participarem de programas de promoção da saúde. Mas, segundo ele, esse tipo de ação pode perder o efeito positivo com o passar do tempo se não houver outros esforços para que a ação tenha êxito, como trabalhar a motivação interior. Para estudiosos do tema, como McCaul e Cols, “incentivos econômicos parecem ser eficazes no curto prazo para os cuidados preventivos simples e para atingir metas comportamentais distintas e bem definidas”.

O período da tarde foi ocupado com a discussão sobre como avançar no campo da promoção da saúde na saúde suplementar. Como base nos resultados da primeira oficina, essa segunda edição da atividade centrou esforços no debate sobre a qualificação dos programas. O grupo de discussão concluiu que é necessário aumentar a quantidade de beneficiários envolvidos em programas, bem como a qualidade e a efetividade das atividades planejadas. O debate apontou também para a necessidade de revisão do atual modelo dos programas e de implementação de ações calcadas na atenção primária e integral à saúde do beneficiário.

A segunda oficina Promoprev reuniu cerca de 30 representantes da ANS, operadoras de planos de saúde e prestadores de serviços, além da Opas e UFRJ.

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