A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulga nesta sexta-feira (24) a edição de junho do Boletim Covid-19- Saúde Suplementar, com dados sobre o comportamento do setor de planos de saúde durante a pandemia de Covid-19. A edição deste mês traz dados atualizados até maio de 2022.

O número de beneficiários apresentou aumento de 0,49% em relação ao mês anterior, mantendo o crescimento iniciado no mês de julho de 2020. A quantidade de leitos alocados para atendimento a casos de Covid-19 nos hospitais da amostra não apresentou variação significativa, ficando em 6,7%.

O boletim traz ainda as informações econômico-financeiras, pelas quais são informadas a sinistralidade de caixa no período e inadimplência, além das demandas dos consumidores recepcionadas pela ANS por meio de seus canais de atendimento.

O objetivo do Boletim Covid-19 é monitorar a evolução de indicadores relevantes do setor de planos de saúde nesse período, subsidiando análise qualificada da agência reguladora e prestando mais informações à sociedade.

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Evolução de beneficiários

O número preliminar de beneficiários em planos de assistência médica relativo a maio de 2022 segue a tendência de crescimento observada desde julho de 2020. O total de 49.584.238 beneficiários representa aumento de 0,49% em relação a abril de 2022. A taxa de adesão (entradas), considerando todos os tipos de contratações, é superior à taxa de cancelamento (saídas) nos planos médicos hospitalares. O tipo de contratação responsável por esta superioridade é o coletivo empresarial que se mantém, desde julho de 2020, com mais entradas do que saídas de beneficiários.

Considerando o tipo de contratação do plano e a faixa etária do beneficiário, observa-se que a variação foi positiva para os beneficiários acima de 59 anos em todos os tipos de contratação ao longo dos meses de março de 2020 até abril de 2022.

Informações assistenciais

A proporção de leitos destinados para atendimento à Covid-19 nos hospitais da amostra apresenta leve aumento em maio de 2022, tanto para leitos comuns quanto para leitos de UTI. A taxa mensal geral de ocupação de leitos, que engloba tanto atendimento à Covid-19 como demais procedimentos, ficou em 80,3%, valor mais alto observado desde o início do acompanhamento realizado pela ANS.

A ocupação de leitos para casos de Covid-19 manteve-se praticamente estável em maio de 2022, em relação a abril, passando de 37,8% para 38,4%, embora a ocupação de leitos de UTI para Covid-19 tenha apresentado queda de 40,4% para 38,7% no último mês. Já a ocupação de leitos para atendimento a demais procedimentos sofreu aumento de aproximadamente 2,8 pontos percentuais em relação ao mês anterior, tendo ficado em 83,3% no mês de maio.

A busca por exames e terapias ficou 15% acima do patamar verificado em maio de 2021. E os atendimentos em pronto-socorro que não geraram internação aumentaram novamente em relação ao patamar inicial, observado antes do início da pandemia.

O custo médio de internação para Covid-19 sem UTI manteve-se estável entre a internação clínica e cirúrgica. Enquanto o custo da diária da internação para Covid-19 com UTI sofreu queda em relação ao mês anterior, retornando ao patamar observado em maio de 2021.

Exames

Os dados sobre realização de exames de detecção de Covid-19 destacam que, após o aumento expressivo observado em janeiro de 2022, os exames de RT-PCR apresentaram uma queda significativa em fevereiro, de 70,6%. A pesquisa de anticorpos apresentou um aumento de 20,5% em relação a janeiro de 2022. Na comparação com o mesmo período de 2021, o RT-PCR teve uma redução de 21,5% e os exames de anticorpos apresentaram um aumento de 26,4%.

Informações econômico-financeiras

No encerramento de 2021, tanto o 3º quanto o 4º trimestre apresentam índice de sinistralidade de caixa (despesas assistenciais/receitas) no mesmo patamar dos dois últimos trimestres de 2019 (período pré-pandemia).

Em 2022, ao analisar os dados mensais, observa-se redução de 7 pontos percentuais na sinistralidade de maio em relação ao mês anterior. A prévia da taxa de sinistralidade do 2º trimestre (com dados de abril e maio) atingiu 86%, quatro pontos percentuais acima da sinistralidade trimestral de mesmo período de 2019. A ANS permanecerá monitorando a evolução desses dados no setor.

Sobre a inadimplência, os dados de maio de 2022 comparados com o mês anterior indicam estabilidade dentro do comportamento histórico deste indicador. Ao analisar os dados por tipo de contratação, os planos individuais confirmam a estabilidade apresentada, enquanto os planos coletivos mostram recuo de um ponto percentual. Todos esses indicadores mantêm-se próximos aos seus patamares históricos.

Demandas dos consumidores

Os dados de maio de 2022 mostram que houve um aumento de 15%, em comparação ao mês anterior, no total de reclamações que foram passíveis de intermediação pelo instrumento da Notificação de Intermediação Preliminar (NIP), com maior predominância de temas de natureza assistencial. Quanto às demandas relacionadas à Covid-19, também houve aumento. Em maio de 2022, a ANS registrou 253 reclamações sobre o tema. Este dado reflete ​o aumento dos novos casos de Covid-19 no País.

Do total de queixas relacionadas ao coronavírus, 55% foram sobre as dificuldades relativas à realização de exames e tratamento para a doença. A intermediação de conflitos feita pela ANS, entre consumidores e operadoras, tem resolvido mais de 90% dessas reclamações. No portal da reguladora, é possível acessar o monitoramento diário das demandas sobre Covid-19.

Consulte o monitoramento diário das demandas sobre Covid-19.

Sobre os dados

Para a análise dos indicadores assistenciais, a ANS considerou informações coletadas em uma amostra de 48 operadoras que possuem rede própria hospitalar. Para os índices econômico-financeiros, foram analisados dados de 103 operadoras para o estudo de fluxo de caixa e análise de inadimplência. Juntas, as operadoras respondentes para esses grupos de informação compreendem 75% dos beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares. Adicionalmente, na construção do boletim, foram utilizados dados do Documento de Informações Periódicas (DIOPS), do Sistema de Informações de Fiscalização (SIF) e o Sistema de Informação de Beneficiários (SIB).