A venda da carteira da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) para a iniciativa privada pode ser a saída para resolver a situação deficitária da empresa após a intervenção da Agência Nacional de Saúde (ANS), nesta segunda-feira, dia 22. No ano passado, a empresa, considerada a maior instituição de autogestão de saúde do País, viu seu prejuízo saltar mais de 83%, para R$ 377,7 milhões frente o resultado apurado em 2017. Os déficits se arrastam desde 2012 e, como consequência, têm consumido as reservas da Cassi. Vendê-la é uma opção considerada internamente no BB. Mas, ao menos até aqui, é tida como o último passo a ser dado caso o plano de saneamento da empresa não saia a contento.

Como fica. Com a intervenção da ANS, a diretora fiscal nomeada, Maria Socorro de Oliveira Barbosa, terá 90 dias para reportar a situação da Cassi à reguladora. A partir daí, a entidade tem 30 dias para apresentar seu plano de resgate. A direção fiscal da ANS deve durar 24 meses, prorrogáveis por mais 12.

Conta não fecha. Por ora, as medidas adotadas, que incluem renegociação dos contratos com prestadores de serviços, têm dado resultado. Desde novembro, a Cassi apresenta superávits mensais. De janeiro a abril, o resultado é positivo em quase R$ 94 milhões ante déficit de R$ 288,6 milhões no mesmo período de 2018. A cifra, contudo, é insuficiente para a Cassi recompor seu patrimônio líquido e as reservas exigidas pela ANS. Mensalmente, seus gastos com assistência são da ordem de R$ 400 milhões.

Não é fácil. Vender a Cassi, entretanto, não será uma tarefa fácil. Antes, o BB, patrocinador do plano, tem de negociar com os funcionários do banco e os sindicatos e associações que os representam. Não para por aí. A Cassi também presta serviços a outros órgãos além do BB. O Banco Central é um deles. Utiliza a Cassi por meio de um convênio de reciprocidade. Procurados, BB e Cassi não comentaram.