Uma pesquisa realizada pelo Vox Populi a pedido do Instituto de Estudos em Saúde Suplementar (IESS) em abril mostra que ter plano de saúde é um dos objetivos mais almejados pelos entrevistados, atrás apenas do sonho da casa própria e da educação. Esse levantamento reforça, mais uma vez, o que há anos vem sendo desejo dos brasileiros, o que pode ser verificado em pesquisas anteriores.

Em decorrência da pandemia causada pela Covid-19, esse dado se comprova: o número de beneficiários de planos de saúde atingiu, em maio, o maior patamar desde julho de 2016. Isso significa que, mesmo diante da crise econômica nacional, investir na saúde continua sendo prioridade.

A rede hospitalar contemplada pelos planos de saúde é um dos pontos que mais chamam a atenção dos beneficiários e tem sido constantemente objeto de negociação entre as operadoras. Nesse sentido, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) desenvolve, desde 2018, um trabalho de monitoramento da qualidade da assistência e avaliação do desempenho de clínicas e hospitais.

O Programa de Monitoramento da Qualidade da Assistência Hospitalar na Saúde Suplementar (QUALISS) utiliza indicadores baseados na literatura científica e conta com apoio de especialistas.

São duas etapas de avaliação: na primeira (pré-requisito para a segunda), a ANS irá selecionar os hospitais privados com selo de acreditação/certificação específicos, dentre 376 hospitais que investem em qualidade por meio de acreditações e certificações.

Em um segundo momento será realizada a análise de 14 indicadores gerais, sendo dez obrigatórios e quatro opcionais (que servem apenas às unidades que realizam partos).

A ideia teve início em um trabalho conjunto realizado em 2018, através do Consórcio Nacional de Indicadores de Qualidade Hospitalar, que pretendia criar um sistema único de avaliação da qualidade dos hospitais, permitindo que a sociedade pudesse comparar o desempenho dos serviços.

Com o Programa de Monitoramento da Qualidade da Assistência Hospitalar na Saúde Suplementar, que só está aguardando os ajustes técnicos finais para ser iniciado, a ANS almeja que as unidades de saúde e as operadoras possam reafirmar suas boas práticas, identificar pontos de aprimoramento e planejar políticas de melhorias.

De acordo com a gerente de Estímulo à Inovação e Avaliação da Qualidade Setorial da ANS, Ana Paula Cavalcante, os indicadores são preciosos porque, ao mesmo tempo em que representam um diferencial aos potenciais contratantes dos planos que disponibilizam determinado hospital bem avaliado em sua rede credenciada, também servem para que as unidades identifiquem áreas e serviços que precisam ser melhoradas.

“O projeto piloto do Consórcio Nacional de Indicadores de Qualidade Hospitalar que fizemos foi uma ação que nos trouxe a certeza de que esse trabalho precisava ser realizado. Essa é uma grande iniciativa da ANS com foco em qualidade. A nossa motivação é, além de oferecer transparência à sociedade, fornecer ao setor meios que permitam melhorias contínuas do atendimento”, salienta.

A ANS tem, ano a ano, incorporado e executado projetos que sirvam à transparência do setor de saúde suplementar e que ofereçam aos usuários ou potenciais usuários ferramentas para a melhor e mais assertiva tomada de decisões.