A necessidade de o setor de saúde ter indicadores claros para indicar a qualidade dos prestadores de serviços aos beneficiários é um dos pontos que temos reforçado já há algum tempo, inclusive demonstrando que, sem esses indicadores, faltam ferramentas efetivas para combater falhas como as que apontamos no 2° Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil – relembre.

Portanto, nos cabe elogiar iniciativas como a que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está lançando juntamente com o Hospital Moinhos de Vento (HMV), por meio do programa Proadi – SUS, para o desenvolvimento de indicadores de qualidade hospitalar. Neste projeto piloto será desenvolvido um painel com 14 indicadores de qualidade e cinco linhas de cuidado referentes às condições clínicas mais frequentes em internações: Acidente Vascular Cerebral (AVC); Síndrome Coronariana Aguda; Câncer de mama e próstata; Artropatia de quadril; e, Sepse.

A iniciativa – acesse o anúncio da ANS sobre o tema – pretende padronizar a coleta de dados dos serviços hospitalares e criar um sistema se avaliação que permita a identificação de boas práticas, comparação entre as instituições e a detecção de pontos de aprimoramento. A divulgação desses indicadores, como já falamos aqui, permitiria aos beneficiários e mesmo aos não beneficiários a comparação das instituições de saúde e a tomada de decisões importantes com base em indicadores sólidos, como já acontece em outros países.

Para entender como a questão é tratada nos Estados Unidos, por exemplo, recomendamos a releitura do nosso post “As lições do The Leapfrog Group: Indicadores de qualidade na prática”. Outra opção é rever a apresentação de Matt Austin, pesquisador e professor da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins e supervisor científico de Pesquisa Hospitalar do The Leapfrog Group (EUA), durante o Seminário Internacional “Indicadores de qualidade e segurança do paciente na prestação de serviços na saúde”.

Claro, o modelo de compartilhamento de informações para possibilitar uma escolha baseada em dados claros não é exclusividade dos Estados Unidos. Fiona Wardell, líder de Indicadores e Padronizações da Healthcare Improvement Scotland – divisão do National Health System (NHS) do Reino Unido (o equivalente ao SUS daquele País) –, apresentou experiências internacionais na adoção e transparência de indicadores de qualidade e segurança do paciente no mesmo evento. Vale rever!