Tão importante quanto tratar de doenças é a prevenção de enfermidades de forma regular e constante. Mudar hábitos de vida e rotinas que agregam pouco ou nenhum valor à promoção de saúde da população é desafio a ser vencido por profissionais de saúde. Para estimular o debate e fomentar a troca de ideias entre os atores do setor, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou na segunda-feira, 31/10, no Rio de Janeiro, a 1ª Oficina de PROMOPREV 2016 – Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças.

“Queremos saber quais são as boas práticas existentes e criar um ambiente de troca entre os participantes que resulte em novos programas de promoção de saúde com qualidade, escala e baseado em evidências científicas. Nossa intenção é levar essa discussão para dentro das operadoras e entender suas dificuldades”, explicou Karla Santa Cruz Coelho, diretora de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS.

A diretora iniciou o encontro enumerando os principais desafios da saúde suplementar brasileira: aumento do gasto em saúde, sustentabilidade, envelhecimento populacional e o aumento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT); e lembrou que tais doenças (entre elas hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e câncer) respondem por 72% dos óbitos no país – problema que pode ser minimizado com acompanhamento constante do paciente, ou até mesmo evitado, dentro de um programa eficiente de prevenção de doenças.

O encontro contou com a presença de representantes de operadoras de planos de saúde e de entidades do setor, e também com a apresentação de Alberto J.N. Ogata, coordenador do Laboratório de Inovações Assistenciais em Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças na Saúde Suplementar – ANS/OPAS. A partir de estudos realizados no Brasil e em outros países, como o Global Burden of Disease e o Vigitel 2015, Ogata apontou números que demonstram o crescimento de doenças a partir de hábitos de vida inadequados da população.

“A jornada do paciente não se esgota no consultório ou no hospital. Cuidar só do evento que levou a pessoa ao médico não vai resolver. Tão importante quanto solicitar exames é tornar as pessoas ativas no dia a dia e promover melhores hábitos, entre eles a boa alimentação”, disse o consultor, acrescentando que 75% dos usuários da saúde suplementar não fazem consumo regular de frutas, legumes e verduras, segundo pesquisa.

Para a diretora Karla Coelho, o cuidado com a prevenção de doenças deve ser estendido aos ambientes de trabalho: “É no trabalho que as pessoas passam a maior parte do tempo. Hoje existem 32 milhões beneficiários de planos de saúde empresariais. É fundamental que o empregador leve a questão da promoção de saúde e a prevenção de risco e doenças na empresa à operadora na hora de contratar um plano de saúde para os seus funcionários. Deve haver a preocupação com alimentação saudável e a prática de atividade física dentro das empresas, disponível para todos os funcionários”.

A gerente de Monitoramento Assistencial da ANS, Katia Audi, apresentou os normativos relacionados ao tema e reforçou o papel da Agência: “Estimular as operadoras a repensarem a organização das suas redes de atenção à saúde, saindo do modelo centrado na doença e em procedimentos, rumo a programas efetivos de promoção de saúde e prevenção de doenças”.

Ao final do encontro os participantes da Oficina se dividiram em grupos para uma discussão mais aprofundada de suas práticas e desafios. Os debates terão continuidade na 2ª Oficina, que será realizada no dia 25/11, no Rio de Janeiro. O calendário de eventos PROMOPREV em 2016 conta ainda com dois workshops, um no dia 10/11, em Fortaleza (CE), e outro no dia 05/12, em São Paulo (SP); e com um Seminário Internacional, em 12/12, no Rio de Janeiro, encerrando os debates deste ano.

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