Após um IPO (Oferta Pública Inicial, da sigla em inglês) turbulento — com interrupção, revisão para baixo da faixa indicativa e ações no piso do intervalo — a Kora Saúde (KRSA3) finalmente pode sorrir com sua abertura de capital.

Os papéis da empresa estrearam com forte alta na B3 nesta sexta-feira (13). No fechamento, os ativos — que chegaram a subir mais de 18% e entraram em leilão no início da manhã — avançavam 11,67%, a R$ 8,04.

“Hoje abrimos uma nova página, conhecedores das nossas obrigações e dos nossos compromissos, e certos de que vamos cumprir tudo o que prometemos”, afirmou Benjamin Neto, CEO e fundador da Kora Saúde, durante a cerimônia de toque da campainha.

A companhia é mais uma do segmento de saúde suplementar a chegar na Bolsa, mas seu caminho até lá não foi fácil. Citando a deterioração das condições de mercado, a empresa interrompeu o processo de IPO em abril. Naquela época, o plano era captar até R$ 1,68 bilhão com a operação.

Após a tentativa frustrada, a Kora voltou à etapa inicial e reduziu significativamente sua faixa indicativa de preço para as ações. Com o novo valor, a oferta restrita emplacou os papéis no piso do intervalo, em R$ 7,20, e levantou R$ 769,9 milhões.

Segundo a rede de hospitais, o montante será destinado a aquisições — inclusive para o pagamento de parcela referente à compra do Hospital Anchieta — ampliação dos hospitais já em operação e construção de novas unidades.

A Kora em números

Atualmente, a Kora tem sete hospitais no Espírito Santo, com a rede Meridional e os hospitais São Luiz e São Francisco. Além disso, opera mais duas unidades no Tocantins, da bandeira Medical, o Hospital São Mateus, em Cuiabá (MT), e o Hospital Anchieta, em Brasília. A empresa atingiu a marca de mil leitos disponíveis em março.

No primeiro trimestre deste ano, a Kora teve lucro líquido de R$ 14 milhões, um resultado mais de 14 vezes superior ao registrado no mesmo período de 2020.

O Ebitda ajustado saltou 172%, para R$ 58,7 milhões, na mesma base de comparação, e sua receita líquida aumentou 55%, para R$ 216,5 milhões.

A companhia se junta à líder do mercado, Rede D’Or, além das veteranas Hapvida e NotreDame Intermédica — operadoras de planos de saúde com hospitais próprios — e as novatas Mater Dei e Oncoclínicas, no rol da empresas de saúde suplementar da B3.