O desafio é equilibrar inovação com a capacidade de pagá-la

Durante o 21º Congresso Abramge e 12º Congresso Sinog 2016, realizado no dia 1º de setembro, em São Paulo, foram apresentados os principais problemas que afetam a saúde suplementar no Brasil e os caminhos que podem ser seguidos.

Professor na Escola de Governo de Harvard e membro do Comitê de Assessores sobre Política de Saúde no Congresso Americano, Amitabh Chandra, alertou que equilibrar inovação com a capacidade de pagá-la é um desafio hoje na saúde suplementar e mais ainda será no futuro.

Como exemplo, ele citou que atualmente há sete novas terapias combinadas para o tratamento de câncer e que, em um prazo de cinco anos, serão 35. “Nos próximos anos haverá uma avalanche de tratamentos oncológicos, eles são muito caros, e os medicamentos podem ser um custo efetivo em um grupo de pacientes e em outro não, dependendo da doença”, afirmou.

Ele também comentou que no passado operadoras e seguradoras negociavam mais com a indústria farmacêutica, pois havia mais opções de fabricantes. “Isso diminuirá cada vez mais com as terapias combinadas, com os multifabricantes, o que é bom para os beneficiários e ruim nas negociações”, comparou.

Para ele, o pagamento in bundled ou por pacotes, talvez seja uma grande oportunidade para este setor. “Transformando o DRG (sigla em inglês para Grupo de Diagnósticos Relacionados) nesta forma de pagamento. Porém, precisamos de credibilidade científica para este formato”, sugeriu.

Ao contrário, ele defendeu que não deve ser adotado o modelo de planos com prêmios mais baixos e franquias mais altas, com base em uma pesquisa feita nos Estados Unidos. “Financeiramente, ela mostrou que houve uma redução entre 12% e 15% nos gastos da saúde. Porém, metade desta economia vinha de planos de pacientes mais doentes que estão acima da franquia”, citou.

Outro ponto é que, entre o grupo que não tinha idade mais avançada, julgava a franquia alta e deixava de usar o plano. “Portanto, não devemos colocar este tipo de plano no mercado até que as pessoas tenham a consciência da prevenção”, conclui.