A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulga nesta sexta-feira (25) a edição de fevereiro do Boletim Covid-19, com dados sobre o comportamento do setor de planos de saúde durante a pandemia de Covid-19. A edição traz dados atualizados até janeiro de 2022, encerrando o calendário anual do informe.

Nesta edição, a publicação mostra que o número de beneficiários se manteve estável em relação ao mês anterior e se aproxima da marca de 49 milhões, o que confirma o interesse dos brasileiros no acesso à saúde suplementar. A quantidade de leitos alocados para atendimento a casos de Covid-19 nos hospitais da amostra volta a crescer, interrompendo a tendência de queda observada desde abril de 2021.

A edição de fevereiro traz ainda as informações econômico-financeiras, pelas quais são informadas a sinistralidade no período e inadimplência, além das demandas dos consumidores recepcionadas pela ANS por meio de seus canais de atendimento.

O objetivo do Boletim Covid-19 é monitorar a evolução de indicadores relevantes do setor de planos de saúde nesse período, subsidiando análise qualificada da agência reguladora e prestando mais informações à sociedade.

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Evolução de beneficiários

O número preliminar de beneficiários em planos de assistência médica relativo a janeiro de 2022 segue a tendência de crescimento observada desde julho de 2020. O total de 48.945.306 beneficiários representa aumento de 0,03% em relação a dezembro de 2021. A taxa de adesão (entradas), considerando todos os tipos de contratações, é superior à taxa de cancelamento (saídas) nos planos médicos hospitalares. O tipo de contratação responsável por esta superioridade é o coletivo empresarial que se mantém, desde julho de 2020, com mais entradas do que saídas de beneficiários.

Considerando o tipo de contratação do plano e a faixa etária do beneficiário, observa-se que a variação foi positiva para os beneficiários acima de 59 anos em todos os tipos de contratação ao longo dos meses de março de 2020 até fevereiro de 2022.

Informações assistenciais

A proporção de leitos destinados para atendimento à Covid-19 nos hospitais da amostra volta a crescer, interrompendo a tendência de queda observada desde abril de 2021. A taxa mensal geral de ocupação de leitos, que engloba tanto atendimento à Covid-19 como demais procedimentos, ficou em 73% em janeiro de 2022, três pontos percentuais acima do patamar observado em janeiro de 2021, quando o país enfrentava a segunda onda da Covid-19.

A ocupação de leitos de UTI para casos de Covid-19 apresentou aumento significativo em janeiro de 2022, passando de 44% para 61%. Já a ocupação de leitos de UTI para demais procedimentos mantém tendência de estabilidade que vem sendo observada desde março de 2021, tendo ficado em 75% no mês de janeiro.

A procura por consultas em pronto-socorro que não geraram internação atingiu o patamar mais alto observado desde o início do monitoramento realizado pela ANS; e a busca por exames e terapias ficou 12% acima do patamar verificado em janeiro de 2021.

De maneira geral, as variações nos indicadores apresentados parecem refletir o aumento dos casos de influenza e de Covid-19 (impulsionados pelas variantes H3N2 e Ômicron, respectivamente), no Brasil, no fim de 2021.

Exames

Dos dados sobre realização de exames de detecção de Covid-19, destaca-se que, tanto o número de exames de RT-PCR como os exames de pesquisa de anticorpos, seguem em queda no mês de novembro de 2021. Na comparação com o mesmo período de 2020, houve redução de 67,6% nos exames de RT-PCR e 91,6% para as pesquisas de anticorpos realizadas no setor.

Informações econômico-financeiras

No encerramento de 2021, tanto o 3º quanto o 4º trimestre apresentam índice de sinistralidade de caixa (despesas assistenciais/receitas) no mesmo patamar dos dois últimos trimestres de 2019 (período pré-pandemia).

Em 2022, ao analisar os dados mensais, observa-se aumento de três pontos percentuais na sinistralidade de janeiro em relação dezembro de 2021. A ANS permanecerá monitorando a evolução desses dados no setor.

Os dados de fluxo de caixa das operadoras não devem ser confundidos com o índice de sinistralidade contábil (divulgado na publicação Prisma Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar da ANS), mensurado por competência e que segue metodologia própria, e é usado para o cálculo do reajuste de planos individuais/familiares fixado pela ANS. As informações de fluxo de caixa, por sua agilidade de coleta, são as mais adequadas para o célere monitoramento dos efeitos da pandemia.

Sobre a inadimplência, os dados de janeiro de 2022 comparados com dezembro de 2021 indicam oscilações suaves, dentro do comportamento histórico deste indicador. Observa-se aumento de um ponto percentual na inadimplência total de planos com preço preestabelecido, assim como no percentual de inadimplência de planos coletivos. Para planos individuais/familiares, percebe-se redução de um ponto percentual na comparação com o mês anterior.

Demandas dos consumidores

Os dados de janeiro de 2022 mostram que houve aumento de 15,3%, em comparação ao mês anterior, no total de reclamações que foram passíveis de intermediação pelo instrumento da Notificação de Intermediação Preliminar (NIP), ficando em patamares semelhantes aos observados nos meses de agosto a novembro de 2021, com maior predominância de temas de natureza assistencial. Quanto às demandas relacionadas à Covid-19, houve aumento também. Em janeiro de 2022, a ANS registrou 1.597 reclamações sobre o tema. Do total de queixas relacionadas ao coronavírus, 79% dizem respeito a dificuldades relativas à realização de exames e tratamento para a doença. A intermediação de conflitos feita pela ANS, entre consumidores e operadoras, tem resolvido mais de 90% dessas reclamações.

No portal da reguladora, é possível acessar o monitoramento diário das demandas sobre Covid-19.

Consulte o monitoramento diário das demandas sobre Covid-19.

Sobre os dados

Para a análise dos indicadores assistenciais, a ANS considerou informações coletadas em uma amostra de 49 operadoras que possuem rede própria hospitalar. Para os índices econômico-financeiros, foram analisados dados de 103 operadoras para o estudo de fluxo de caixa e análise de inadimplência. Juntas, as operadoras respondentes para esses grupos de informação compreendem 74% dos beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares. Adicionalmente, na construção do boletim, foram utilizados dados do Documento de Informações Periódicas (DIOPS), do Sistema de Informações de Fiscalização (SIF) e o Sistema de Informação de Beneficiários (SIB).