A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulga nesta terça-feira (21) a edição de dezembro do Boletim Covid-19, com dados sobre o comportamento do setor de planos de saúde durante a pandemia de Covid-19. 

A última edição de 2021 mostra o crescimento contínuo do setor ao longo do ano, o que confirma o interesse dos brasileiros no acesso à saúde suplementar. A quantidade de leitos destinados para atendimento aos casos de Covid-19 segue em queda. As informações econômico-financeiras apresentam a sinistralidade no período e a inadimplência. Quanto às demandas dos consumidores, observa-se redução de reclamações relacionadas à Covid-19. Em novembro, a ANS registrou o menor número de queixas desde março de 2020 por meio da ferramenta de Notificação de Intermediação Preliminar (NIP).

O objetivo do Boletim Covid-19 é monitorar a evolução de indicadores relevantes do setor de planos de saúde nesse período, subsidiando análise qualificada da agência reguladora e prestando mais informações à sociedade.

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Evolução de beneficiários  

O número preliminar de beneficiários em planos de assistência médica relativo a novembro segue a tendência de crescimento observada desde julho de 2020. O total de 48.687.504 beneficiários representa aumento de 0,21% em relação a outubro. A taxa de adesão (entradas), considerando todos os tipos de contratações, é superior à taxa de cancelamento (saídas) nos planos médicos hospitalares. O tipo de contratação responsável por esta superioridade é o coletivo empresarial que se mantém, desde julho de 2020, com mais entradas do que saídas de beneficiários.

Considerando o tipo de contratação do plano e a faixa etária do beneficiário, observa-se que a variação foi positiva para os beneficiários acima de 59 anos em todos os tipos de contratação ao longo dos meses de março de 2020 até outubro deste ano.

Informações assistenciais  

A proporção de leitos destinados para atendimento à Covid-19 nos hospitais da amostra de operadoras segue a tendência de queda que vem se observando desde abril de 2021, atingindo 9%. A taxa mensal geral de ocupação de leitos, que engloba tanto atendimento à Covid-19 como demais procedimentos, ficou em 73% em novembro, atingindo o mesmo patamar observado em novembro de 2019 (pré-pandemia). A ocupação de leitos comuns e de UTI para casos de Covid-19 sofreu queda significativa de junho a outubro de 2021, tendo sofrido leve aumento em novembro de 2021, passando de 40% para 42%. Essa variação, no entanto, reflete a redução no número de leitos alocados exclusivamente para pacientes com Covid-19.

A ocupação de leitos para atendimento a demais procedimentos mantém tendência de estabilidade que vem sendo observada desde fevereiro de 2021, tendo ficado em 76% no mês de novembro. 

A busca por exames e terapias ficou 11,9% acima do patamar verificado em novembro de 2019. Tal acréscimo pode estar refletindo o aumento da procura por exames de diagnóstico relacionados à alta de casos de síndrome gripal em algumas regiões do País, além de refletir o retorno da busca por atendimentos eletivos não realizados ao longo da pandemia de Covid-19.

Exames  

Dos dados sobre realização de exames de detecção de Covid-19, destaca-se que o número de exames RT-PCR realizados em agosto de 2021 sofreu redução de 9,5% em relação ao mês anterior. No caso dos exames de pesquisa de anticorpos, a queda foi ainda maior, com redução de 37,2% entre julho e agosto de 2021.

Informações econômico-financeiras 

A prévia da sinistralidade do 4º trimestre de 2021 apresenta três pontos percentuais de elevação em relação ao mesmo trimestre de 2019. Porém, é composta apenas pelos meses de outubro e novembro de 2021. Em dezembro, historicamente, a sinistralidade é inferior devido à sazonalidade.

Além disso, a taxa de sinistralidade anual em 2021 (prévia do acumulado até novembro) mantém-se inferior à de 2019 (79% x 81%). A ANS permanecerá monitorando a evolução desses dados no setor. 

Vale destacar que os dados de fluxo de caixa das operadoras não devem ser confundidos com o índice de sinistralidade contábil (divulgado na publicação Prisma Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar da ANS), mensurado por competência e que segue metodologia própria, usado para o cálculo do reajuste de planos individuais/familiares fixado pela ANS. As informações de fluxo de caixa, por sua agilidade de coleta, são as adequadas para o célere monitoramento dos efeitos da pandemia.

Em novembro de 2021, observa-se queda no percentual de inadimplência de planos com preço preestabelecido se comparado com o mês anterior, assim como nos percentuais de inadimplência para planos individuais/familiares e para coletivos. Todos esses valores, porém, mantiveram-se próximos aos seus patamares históricos.

Demandas dos consumidores  

Os dados de novembro de 2021 mostram uma estabilidade em comparação ao mês anterior, e um aumento de 37,9% em comparação a novembro de 2020, no total de reclamações que foram passíveis de intermediação pelo instrumento da Notificação de Intermediação Preliminar (NIP). Quanto às demandas relacionadas à Covid-19, houve redução significativa. Em novembro de 2021, a ANS registrou 325 reclamações sobre o tema, o menor número de queixas desde março de 2020. Do total de queixas relacionadas ao coronavírus, 42% dizem respeito a dificuldades relativas à realização de exames e tratamento para a doença. A intermediação de conflitos feita pela ANS, entre consumidores e operadoras, tem resolvido mais de 90% dessas reclamações.

No portal da reguladora, é possível acessar o monitoramento diário das demandas sobre Covid-19.

Consulte o monitoramento diário das demandas sobre Covid-19. 

Sobre os dados  

Para a análise dos indicadores assistenciais, a ANS considerou informações coletadas em uma amostra de 50 operadoras que possuem rede própria hospitalar. Para os índices econômico-financeiros, foram analisados dados de 105 operadoras para o estudo de fluxo de caixa e análise de inadimplência. Juntas, as operadoras respondentes para esses grupos de informação compreendem 74% dos beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares. Adicionalmente, na construção do boletim, foram utilizados dados do Documento de Informações Periódicas (DIOPS), do Sistema de Informações de Fiscalização (SIF) e o Sistema de Informação de Beneficiários (SIB).

Confira as outras edições do Boletim Covid-19.