O general Eduardo Pazuello será efetivado no cargo de ministro da Saúde na próxima quarta-feira (16). Ele está no cargo como interino desde o dia 3 de junho, quando sua nomeação saiu no Diário Oficial da União (DOU). Mas ele já ocupava o cargo desde 15 de maio, quando o ministro Nelson Teich pediu demissão.

Pazuello tomará posse em uma cerimônia no Palácio do Planalto, marcada para as 17 horas. Ele tem sido elogiado por secretários estaduais da área por conta do seu trabalho na disponibilização de equipamentos e medicamentos no combate à covid-19. Mas sofre com críticas devido à pouca familiaridade com a área e também pelo fato de ser um interino.

No último dia 20, Pazuello entregou o comando da 12ª Região Militar, cargo que acumulava juntamente com a pasta. À época, interlocutores do general disseram ao Valor que ele permaneceria à frente do ministério pelo menos até o fim da pandemia.

Esses mesmos interlocutores disseram ainda que o ministro não pretendia passar à reserva, mas que isso poderia mudar. Há pressões nas Forças Armadas para que os ministros militares saiam da ativa.

A situação do general à frente da pasta esteve seriamente ameaçada na primeira quinzena de julho, quando o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que o Exército estava se “associando a um genocídio”, em referência à condução da crise do novo coronavírus pelo governo de Jair Bolsonaro.

A fala aumentou as pressões sobre Pazuello e o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo (Segov), para que passassem à reserva.

 Segundo fontes do Palácio do Planalto, Bolsonaro chegou a avisar Pazuello de que estava em busca de um substituto para ele, e uma terceira troca no comando da Saúde acabou não acontecendo por pouco.

Mas o clima distensionou após um telefonema de Gilmar para Pazuello, explicando que o alvo de suas críticas era o presidente, não o ministro.

Além disso, o incômodo maior do generalato era com a situação de Ramos, responsável pela articulação política e pela negociação “no varejo” com parlamentares sobre emendas e cargos no governo. Ramos passou à reserva em agosto.