A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pediu ao tribunal do órgão para rejeitar a aquisição pela companhia Hapvida da totalidade da carteira de contratos de cobertura de serviços de assistência à saúde celebrados pela Plamed com beneficiários de planos de saúde médicos e hospitalares.

Com o despacho, a operação deverá ser analisada pelos sete integrantes do tribunal.

A transação envolve planos de saúde, pois a Plamed atua nesta área em Sergipe, na Bahia e em Alagoas. Já a Hapvida comprou imóvel dessa empresa onde está localizada a Clínica São Camilo e os equipamentos que ali se encontram.

A Hapvida foi apontada como uma operadora de planos de saúde com atuação nacional, com predomínio de participação de mercado na região Nordeste. Já a Plamed tem sua atuação bastante concentrada em Sergipe.

O órgão antitruste examinou os possíveis impactos do negócio nessas áreas – e constatou que envolveriam ampliação da empresa compradora contra concorrentes dela nesta área.

“Entendeu-se pela impossibilidade de adoção de um remédio que restabelecesse o bem-estar dos consumidores, uma vez que tais restrições, na forma da alienação de parte da carteira de beneficiários da Plamed, representariam alta probabilidade de um decréscimo no nível de rivalidade efetiva atualmente existente, não sendo suficientes para mitigar os incentivos para evitar eventual abuso unilateral de posição dominante por parte da Hapvida”, alegou o órgão antitruste. “Conclui-se pela impugnação do presente ato de concentração ao Tribunal do Cade, com recomendação de rejeição”, ressaltou a Superintendência.