Este mês, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apresentou a terceira fase do projeto Parto Adequado, realizado em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI) – relembre a fase anterior aqui.

A iniciativa, que busca melhorar a qualidade assistencial durante a gestação, o parto e o período neonatal, evitou 20 mil cesarianas desnecessárias desde 2015. De acordo com dados preliminares apresentados por representante do Hospital Israelita Albert Einstein, o total de partos naturais nas maternidades que integraram a segunda fase do projeto, de janeiro de 2017 até maio de 2019, avançou de 32,7% para 36,7%.

Agora, na nova fase, o projeto pretende evoluir para um programa nacional de larga escala, destacando os benefícios do parto natural, que no País ocorre em proporção menor do que a recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 85%. Como já apontamos aqui, apenas 45% dos partos no Brasil ocorrem desta forma. Vale lembrar, o risco de morte materna pós-parto é três vezes maior em cesarianas do que em outras modalidades de parto, como também já destacamos no blog.

A ANS antecipou que a nova fase prevê a criação de um selo de qualidade para hospitais e Operadoras que tenham resultados de destaque na mudança desse cenário. Além disso, também será marcada por uma maior transferência de conhecimento e implementação de uma plataforma única para interação entre as unidades de saúde participantes do projeto (atualmente, são 113 hospitais e 62 Operadoras de planos de saúde).

Acreditamos que iniciativas que incentivem a divulgação de conhecimento e a melhoria da qualidade assistencial com foco no paciente sempre merecem reconhecimento e destaque. Além disso, defendemos que a decisão sobre o tipo de procedimento adotado no parto deve ser avaliado caso a caso pela mãe e a equipe médica de sua confiança. Para que a melhor decisão seja tomada, claro, é fundamental que todos os envolvidos tenham acesso às informações sobre os riscos e vantagens de cada procedimento.