De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em Pernambuco, quase 33 mil pessoas utilizam os planos da operadora de planos de saúde Unilife. Dessas, ao menos 70 denunciam que não conseguem marcar consultas médicas nem exames, mesmo após a decisão da Justiça que determina o retorno imediato do atendimentomédico, hospitalar e ambulatorial, e os demais serviços adquiridos pelos clientes, exatamente nas condições indicadas em contrato.

O constrangimento começou em setembro de 2016, quando a Unilife descredenciou médicos, hospitais e laboratórios do plano.

O defensor público Henrique Seixas explicou que, em caso de descumprimento das obrigações contratuais, o cliente tem o direito de buscar judicialmente o pleito, para que sejam tomadas medidas que obriguem o atendimento.

 “O beneficiário deve pedir alguma documentação que comprove a negação dos hospitais, por exemplo, e procurar a Defensoria Pública. No caso de parto, por exemplo, que é uma urgência, ajuizamos ação para que algum estabelecimento realize o procedimento às custas da operadora”, explicou Seixas.

Entre as penalidades às operadoras, estão multa, majoração de multa já existente, impedimento de comercialização de novos planos e até bloqueio de valores de contas bancárias ligadas ao plano de saúde. Em dezembro do ano passado, 11 planos da Unilife tiveram as vendas suspensas pela ANS, por causa da quantidade de reclamações sobre a qualidade da cobertura assistencial.

A ANS também afirmou que realizou fiscalizações na sede da operadora em setembro e novembro de 2016, e encontrou irregularidades que estão sendo apuradas. A empresa está em regime de direção fiscal, acompanhada pela agência por causa de problemas econômico-financeiros. No caso das reclamações feitas pelos consumidores, a Unilife tem um prazo de dez dias para resolver o problema ou será multada em até R$ 250 mil.