A sustentabilidade financeira do setor de saúde suplementar depende da participação dos beneficiários de planos de saúde com a adoção de boas práticas de uso dos serviços. Atento a essa demanda, o IESS acaba de lançar a cartilha de Práticas Sustentáveis em Planos de Saúde. Com linguagem acessível, o objetivo da publicação é mostrar como ações individuais equivocadas podem acarretar em desperdícios que afetam todo o setor, podendo resultar em ajustes maiores nas mensalidades.

Por exemplo, vamos pensar em um lar composto por quatro pessoas. Se todos utilizarem a energia elétrica de forma consciente, a conta será dividida de forma justa entre todos os membros. Contudo, se um indivíduo passa a usar o serviço de modo que cause desperdício, a conta será mais alta. Dessa forma, esse gasto extra será rateado entre os quatro, mas três deles terão de arcar com um valor maior do que utilizaram.

Esse mesmo exemplo se aplica aos planos de saúde. As ações individuais impactam o coletivo, seja de forma positiva ou negativa, sendo que a má utilização do benefício prejudica o mutualismo. De forma resumida, esse é o princípio básico dos planos de saúde, que se baseia em solidariedade financeira entre os segurados. Assim, todos contribuem com uma mensalidade fixa, de acordo com a faixa etária, para custear os tratamentos dos beneficiários que adoecerem.

Além disso, um dos pontos de destaque da cartilha é referente a possibilidade de reembolso da despesa fora da rede conveniada ou referenciada, que está limitada ao que estiver estipulado em contrato. É importante alertar que ações como exigir duas notas fiscais por uma única consulta ou alterar o valor do comprovante para elevar o reembolso são práticas ilegais que trazem consequências a todos usuários do plano de saúde.

Por fim, o propósito da publicação não é convencer o beneficiário a não utilizar o plano, mas sim usá-lo na medida certa: nem mais, para que você não se exponha a efeitos adversos que podem prejudicar sua saúde, nem menos porque sua saúde pode piorar.