Nós já mostramos que o setor de saúde suplementar registrou alta de beneficiários pelo segundo mês consecutivo após sucessivas quedas em função da pandemia do novo Coronavírus por meio dos dados da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB). Em agosto deste ano, o segmento passou a contar com 46,911 milhões de pessoas, ainda inferior ao registrado no mês de março desde ano, quando ultrapassou a marca dos 47 milhões.

Mesmo com a leve retomada nos últimos meses, os planos médico-hospitalares registraram leve queda de 0,1% no período de 12 meses encerrado em agosto. No entanto, um dado chama a atenção: o crescimento do número de beneficiários com 59 anos ou mais. No período, o grupo passou de 7,01 milhões para 7,15 milhões vínculos. O aumento de 144,6 mil vidas representa alta de 2,1%.

A faixa etária tem registrado seguidos crescimentos desde outubro de 2019, movimento diferente do observado no total de beneficiários. Para se ter ideia, a faixa etária 0 a 18 anos registrou queda de 96,7 mil vínculos entre agosto desse ano e o mesmo mês do ano passado. Já a entre aqueles entre 19 e 58 anos a redução foi de 103,7 mil.

Olhando o tipo de contratação no período de 12 meses encerrado em agosto deste ano, o número de beneficiários com 59 anos ou mais teve a maior alta em números absolutos entre os planos individuais/familiares, com aumento de 73,0 mil vínculos, ou 2,9%. A aumento de 4,2% entre os coletivos por adesão representam 33,2 mil novas vidas.

Esse crescimento de beneficiários entre as faixas etárias mais avançadas, mesmo em um período de instabilidade em função da pandemia do novo Coronavírus, demonstra a importância deste benefício para esta população. Entretanto, traz um alerta: esse fator, em conjunto com a queda do número de beneficiários mais novos, pode gerar descompasso financeiro no longo prazo – especialmente em função do mutualismo – critério utilizado para os cálculos atuariais de formação de preço e sustentabilidade financeiro-econômica dos planos de saúde.

A Análise Especial da Nota de Acompanhamento de Beneficiários também mostra o crescimento entre os Estados brasileiros. Acesse e veja os números.