A conta dos planos de saúde não fecha. Em 2016, mais uma vez a velocidade de crescimento do valor das despesas assistenciais foi superior o das receitas, segundo levantamento da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde). Enquanto as despesas assistenciais aumentaram em 13,0%; a receita subiu 11,7% no ano passado – disparidade de 1,3%.

A receita dos planos de saúde foi de R$ 165,6 bi e as despesas assistenciais – soma que engloba gastos com exames, consultas, internações e outros atendimentos médico-hospitalares – contabilizaram R$ 137,2 bi. Esse custo não inclui despesas administrativas e de comercialização dos planos.

“Esse continuado descompasso entre receitas e despesas põe em risco a sustentabilidade do segmento. Nesse momento de recuperação gradual e lenta da atividade econômica, buscar o equilíbrio financeiro do setor da Saúde Suplementar é um grande desafio. Temos um quadro de evasão de beneficiários acentuado pelo elevado desemprego que se soma ao aumento do número de procedimentos realizados e a alta inflação médica”, explica Solange Beatriz Palheiro Mendes, presidente da FenaSaúde.

De acordo com a executiva, as despesas assistenciais, em franca expansão, elevam a sinistralidade – razão percentual entre as despesas assistenciais e receitas – para 84,6%, um ponto percentual acima do de 2015.