A FenaSaúde esclarece que o aumento de 66% no resultado líquido do setor de saúde suplementar decorreu apenas de duas exceções absolutamente individuais e que em nada refletem a realidade do setor. Vale lembrar que, nos dez anos de 2007 a 2016, o resultado operacional das operadoras foi negativo em seis.

O relatório Prisma Econômico-Financeiro, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), demonstra que duas empresas explicam esse acréscimo significativo no resultado do setor: uma, a Cabesp, pertencente ao segmento das empresas de autogestão, cujo acréscimo de resultado entre 2015 e 2016 representa quase que a totalidade do seu segmento: R$ 1,6 bilhão de R$ 1,8 bilhão (88,9%). Outro ponto dissonante foi a Unimed Paulistana, cuja extinção em 2016 deixou de assinalar um prejuízo de R$ 180 milhões, contribuindo para que as cooperativas médicas registrassem um resultado líquido adicional de R$ 645 milhões a mais em comparação com 2015.

A FenaSaúde congrega 23 empresas dos segmentos de medicina de grupo e seguradora especializada em saúde. Essas duas modalidades apresentaram resultados líquidos diferentes. Enquanto as seguradoras obtiveram ganhos a mais de quase R$ 59 milhões, as operadoras de medicina de grupo tiveram resultado menor na ordem de R$ 46 milhões, na comparação entre 2015 e 2016.

O acréscimo de quase R$ 59 milhões das seguradoras se deve à reversão de provisão de ganho de ação judicial de uma das empresas do segmento, na ordem de R$ 400 milhões. Se não fosse essa questão pontual, as seguradoras teriam registrado queda do resultado líquido em comparação com 2015, como assinalado pela medicina de grupo.