Responsáveis por 65% do mercado institucional brasileiro, que envolve as instituições públicas, privadas, clínicas especializadas, planos de saúde e hospitais, as distribuidoras de medicamentos hospitalares viram a demanda do chamado kit intubação quadruplicar nas últimas semanas.

Segundo a Associação Brasileira dos Distribuidores de Medicamentos Especializados, Excepcionais e Hospitalares (Abradimex) de uma lista de 24 medicamentos grande parte deles apresentaram um aumento de volume semanal de 3.000% em unidades. “Anestésicos como a cetamina tinha uma rotina 350 unidades comercializadas por semana e agora passou a ter uma demanda de 10.500 unidades. Já o propofol saltou de 550 para uma demanda semanal de 16.500”, ressalta Paulo Maia, presidente executivo da Abradimex.

Segundo ele, mesmo ocorre com o sedativo midazolam, que tinha uma demanda semanal de 12 mil unidades saltou para 36 mil e o cibloqueador neuromuscular cisatracúrio, que tinha uma demanda semanal de 400 unidades e passou para 12 mil.

Sem reservas

Outra questão que impactou o estoque das distribuidoras foram as requisições administrativas, medida que permite, em situação de emergência, que o Estado use bens privados para resguardar o interesse público e depois indenize os gastos.

Sistematicamente, as distribuidoras solicitam aos fabricantes a reposição dos estoques, e, por fatores diversos, os pedidos são atendidos parcialmente, mas assim que os medicamentos são disponibilizados, rapidamente são enviados aos hospitais, zerando nossa reserva”, destaca Maia.

Como a reposição não tem sido feita em tempo hábil, nem em sua plenitude, apenas parte dos distribuidores possui um estoque de pequeno volume de alguns desses medicamentos, que possivelmente dure em torno de uma semana, a depender da demanda”, ressalta.