O Brasil passa por um fenômeno de transição demográfica e envelhecimento populacional. Claro que é um avanço da sociedade e da medicina, mas isso traz um aumento das despesas médicas e acende um alerta sobre a necessidade de se pensar mecanismos para garantir equilíbrio econômico-financeiro, satisfação e qualidade para todos os envolvidos na cadeia, sejam beneficiários, operadoras e prestadores de serviços.

Além disso, os pacientes mais vulneráveis são aqueles com 60 anos ou mais, grupo que corresponde a 14% do total de beneficiários da saúde suplementar, ou pouco mais de 6,6 milhões, conforme mostra o “Panorama dos idosos beneficiários de planos de saúde no Brasil”, que acabamos de publicar. A nossa publicação mostrou que desde março de 2000, início da base de dados, o número de idosos nos planos de saúde duplicou, passando de 3,3 milhões para 6,6 milhões em março de 2020.

E esse foi um tema abordado em recente publicação do site da Editora Roncarati, trazendo apontamentos de Ricardo Sant´Ana, diretor de Benefícios da Lockton Brasil. Para ele com a longevidade, desenvolvimento tecnológico e o avanço da medicina, é indiscutível que as pessoas estão tendo uma maior sobrevida e boa parte delas com o amparo dos planos de saúde privados.

Ele, portanto, elenca alguns pontos:

  • Aumento dos preços dos planos corporativos – como a sinistralidade é mensurada de forma conjunta, a tendência de uma maior sinistralidade é mais evidente quando a população mais idosa vai crescendo (maior utilização), influenciando os custos totais de ativos e inativos.
  • Aumento dos valores de passivo atuarial – as projeções de valores a serem consideradas em balanço (quando indicado pelas normas contábeis internacionais), acabam por aumentar à medida que a população mais idosa cresce, pois o compromisso futuro, embora diminua o prazo, tem seu valor agravado.
  • Escassez de planos individuais – de acordo com a legislação em vigor, os critérios de aceitação, formas de reajuste, condições de cancelamento etc. desestimulam as operadoras a oferecer esse tipo de solução.
  • Maior nível de sinistros em função da COVID-19 – as pessoas mais idosas são as que mais estão suscetíveis ao agravamento de intercorrências da COVID-19.

O especialista ainda traz outros pontos para a reflexão do setor. Acesse aqui a publicação.

Além de apresentar os dados por região e modalidade de contratação, o “Panorama dos idosos beneficiários de planos de saúde no Brasil” também traz a evolução do número de vinculados aos planos médico-hospitalares, distribuição percentual por faixa etária, índice de envelhecimento, razão de dependência, adesões, cancelamentos e migração entre março de 2000 e o mesmo mês em 2020.