O ano de 2017 começou trazendo velhos dilemas da saúde, tanto no setor público quanto no privado. Em Santa Catarina, essa situação não difere do resto do país.

A vulnerabilidade do sistema médico-hospitalar público fica explícita diante de notícias de cancelamentos de atendimentos em UTIs de hospitais por absoluta falta de condições; pacientes em estado grave deixando de ser atendidos; e unidades públicas municipais prestes a fechar as portas.

Por outro lado, pela primeira vez em cinco anos, o Estado registrou redução no número de beneficiários de planos de saúde. SC fechou 2016 com queda de 25.754 beneficiários em relação a dezembro de 2015, o que corresponde a 1,7% do total de clientes, que hoje soma 1,5 milhão de consumidores da saúde suplementar. Onde essas pessoas buscarão atendimento caso tenham qualquer problema de saúde? Alguns pagarão do próprio bolso e outros, certamente, aumentarão a fila do SUS.

A saúde suplementar apresenta uma ótima cobertura na região. Os beneficiários de planos de assistência médica no Estado representam 3% do total do país. Esse número corresponde a 23,18% da população catarinense. A taxa de cobertura dos leitos disponíveis para a saúde suplementar é superior à taxa do Brasil em Santa Catarina, é de 3 e, no país, de 2,7 para cada mil beneficiários. Quando se trata de exames, a disponibilidade de equipamentos também está a favor, com 2,6 aparelhos de ressonância magnética, por exemplo, disponíveis para cada 100 mil habitantes, enquanto no SUS, esse número cai para 0,96.

No entanto, não adianta haver disponibilidade de leitos e aparelhos de diagnósticos se os consumidores não conseguirem acesso. É por isso que a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) defende modelos de regulação voltados para a coparticipação e franquia, que permitam mensalidades menores e, portanto, planos mais acessíveis.

Santa Catarina é um berço de startups e de inovação. Esse pode ser o caminho para revitalizar os sistemas de saúde privado e público, ambos carecem de inovações.