Na quinta-feira (14/7), comentamos, aqui no Blog, alguns dos resultados do Mapa Assistencial da ANS, que apontavam a superutilização de exames, entre outros dados. Hoje, trazemos uma nova análise sobre alguns dos números disponíveis no documento. Os resultados destacam a necessidade de se repensar o setor, aprimorando sua gestão e enfrentando desafios como a adoção de programas efetivos de promoção da saúde e o redimensionamento da rede de atendimento. Vamos a eles:

A despesa assistencial das operadoras de planos de saúde médico-hospitalares com internações cresceu 10% entre 2014 e 2015, saltando de R$ 47,25 bilhões para R$ 51,97 bilhões, mesmo com a redução de 1 milhão no total de beneficiários.

Os números estão em linha com as projeções de crescimento de 30% nas despesas com internações até 2030, que apresentamos no TD 57 – Atualização das projeções para a saúde suplementar de gastos com saúde: envelhecimento populacional e os desafios para o sistema de saúde brasileiro. Também já comentado aqui no Blog.

Constatamos, também, que o aumento nas despesas assistenciais com internações se deve tanto ao incremento no custo de insumos hospitalares, quanto na frequência de utilização desse serviço. No total, o número de internações de beneficiários avançou 4,5%, saindo de 7,6 milhões, em 2014, para 7,9 milhões em 2015. Já o custo por internação subiu de R$ 6.229,96 para R$ 6.558,84, no mesmo período. Alta de 5,3%.

No total, em 2014, havia 0,15 beneficiário para cada internação. Já em 2015, com a diminuição de 1 milhão de vínculos principalmente em função da retração da economia, das perdas de emprego e da retração na renda das famílias – outro assunto que já debatemos no Blog –, foi registrada a razão de 0,16 beneficiário para cada internação. Caso o total de beneficiários de 2015 tivesse se mantido o mesmo do ano anterior, e a frequência de internações tivesse subido no mesmo ritmo, as despesas assistenciais de operadoras de planos de saúde com este serviço teriam chegado a ordem de R$ 53 bilhões. Nesse caso, as despesas com internações teriam avançado 12,2% entre 2014 e 2015.

O Mapa aponta, ainda, avanço de 17,7% nas despesas assistenciais com terapias, que totalizaram R$ 2,9 bilhões em 2015; e incremento de 11,6% nas despesas com exames, que totalizaram R$ 25,2 bilhões no mesmo ano.