Recentemente, mostramos dados da pesquisa IESS/Ibope que indicam diferenças relevantes entre o comportamento de beneficiários e não beneficiários com relação ao uso de serviços de saúde – relembre. Mas a pesquisa também apontou hábitos distintos na realização de exames entre os dois grupos, que vamos analisar hoje.

De modo geral, a quantia de beneficiários que realizam exames de rotina é proporcionalmente maior do que a da população de não beneficiários. Contudo, em média, os não beneficiários realizam exames de triglicérides, colesterol, glicemia e aferição de pressão mais vezes por ano do que as pessoas que têm plano de saúde.

Entre aqueles que têm vínculos com planos de saúde, por exemplo, 71% realizaram exames de glicemia. 20 pontos porcentuais (p.p.) acima do total de não beneficiários que realizaram o exame. Por outro lado, a população geral realizou, em média, 2,1 exames, enquanto a população com plano realizou 1,9 exame.

O fato de termos proporcionalmente menos pessoas fazendo os exames mais vezes por ano pode indicar uma ineficiência do sistema, especialmente porque esses exames têm uma validade longa, que não justificariam sua repetição, em condições normais, dentro de tão pouco tempo.

Claro, esse comportamento também pode ser visto dentro da saúde suplementar, ainda que, aparentemente, em menor escala. Segundo a pesquisa IESS/Ibope, 93% dos beneficiários que realizam exames os retiram e retornam ao médico. Os outros 6% só retornam ao médico se o exame apontar algo negativo. Mas essa taxa de 99% dos exames retirados não significa que não há desperdício.

Afinal, como já apontamos aqui, o uso de antibiótico é bom quando precisamos combater uma bactéria, mas se tomado sem necessidade, causa males à saúde. Do mesmo modo, realizar exames desnecessários é o mesmo que expor nosso corpo à radiação e outras substâncias que podem nos fazer mal.

Confira a tabela de realização de exames segundo a última edição da pesquisa IESS/Ibope:

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