O diretor-executivo da FenaSaúde, José Cechin, participou no dia 5 de maio, em Porto Alegre, de seminário atuarial organizado pela Unimed/RS. Envolvendo nos debates as áreas atuarial, jurídica, de economia e de regulação das operadoras na avaliação dos níveis de solvência das empresas e seus reflexos na cooperativa médica, o evento pretendeu propiciar o aprimoramento da gestão das Unimeds do Estado.

A palestra apresentada por Cechin para dirigentes, advogados, contadores, atuários e outros colaboradores das 26 Unimeds do estado, discorreu sobre a conjuntura econômica e como ela tem afetado o crescimento, os custos e as perspectivas as Saúde Suplementar.

Na ocasião, o diretor-executivo abordou a queda do número de beneficiários de planos de assistência médica, apontando que a maior que no número de beneficiários ocorreu nos coletivos empresariais, por conta da perda de emprego com carteira assinada. O desemprego crescente e a queda nas remunerações também afetaram os contratos coletivos por adesão e os individuais. O país exibe quadro de perda de emprego em todos os setores econômicos, entre abril de 2015 e março de 2016, com exceção da agropecuária, que apresentou saldo positivo no Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. A produção industrial regrediu mais de 10 anos, voltando a níveis de 2004.

Cechin observou que o desemprego vem afetando mais severamente as classes de menor renda e os mais jovens.

Estima-se que, para cada 1.000 postos de trabalhos fechados, o mercado de saúde suplementar tenha perdido 733 beneficiários de planos médicos coletivos empresariais na região Sudeste. Como a maioria dos que deixam os planos são ainda jovens, o envelhecimento da carteira também traz fortes impactos para as empresas. Em dezembro de 2000, para cada beneficiário com 60 anos ou mais de idade, havia 3 com idade entre 0 e 19 anos. Atualmente, essa proporção é de 2 para 1.

O diretor-executivo da FenaSaúde ressaltou que este é um mercado no qual a oferta cria a demanda e cujos modelos de pagamento favorecem a sobreutilização e a migração para dispositivos mais dispendiosos, mas não necessariamente com melhores desfechos clínicos. Para reverter esse quadro, o diretor-executivo defendeu que é essencial atuarmos na compreensão das despesas, em esforço conjunto que envolva operadoras, prestadores e beneficiários.