Para reduzir os custos com assistência em saúde, empresas, operadoras, médicos e beneficiários precisam trabalhar em conjunto. O uso racional dos serviços impacta não só no valor dos reajustes, mas também na efetividade do tratamento. Investir em orientação e em uma rede de acesso de qualidade, e não em regulação do uso do plano, pode ser a solução mais adequada para equilibrar a conta entre os custos para a empresa e a qualidade de vida dos funcionários. Nesse cenário, a atuação do médico do trabalho é fundamental.

“A lógica hoje é muito invertida. O usuário entende que tem que usar o plano de saúde porque tem disponível, a companhia paga a conta sem uma orientação mais direcionada e ainda temos a ANS (Agência Nacional de Saúde) regulando todo o processo. Por isso, entendo que as empresas têm esse papel social de educar, para que o sistema seja sustentável”, explica a especialista em medicina do trabalho e gerente de saúde do Grupo O Boticário, Dra. Renata Simioni.

Educação em saúde, no entanto, não significa negar exames e consultas, por exemplo. “É uma linha tênue entre a orientação e de fato a regulação pela companhia. Na lógica de regulação, a empresa só diz que o usuário não pode fazer. É diferente quando a empresa olha para o usuário e oferece opções melhores. É preciso chegar com informações consistentes, uma rede de acesso de qualidade e ferramentas que o ajudem a tomar a decisão da forma mais assertiva possível”, completa Dra. Renata.

Para que isso seja possível, a atuação do médico do trabalho e da própria operadora de saúde junto à empresa contratante é essencial. As companhias precisam estar cientes de toda a estrutura disponível para seus funcionários para conseguir fazer a correta orientação.