O Brasil está envelhecendo e esta mudança demográfica deve gerar uma série de alterações na sociedade e no setor de saúde. Para ajudar os gestores do setor a se preparar para essa nova realidade, o IESS atualiza anualmente a “Projeção das despesas assistenciais da saúde suplementar”.

“Além disso, eles sempre buscam referências internacionais nas quais embasam suas pesquisas e dão subsídios para que o setor projete cenários mais realistas. O que ajuda fomentar conhecimento em prol da sustentabilidade da saúde suplementar.”

Neste sentido, um estudo que pode dar pistas valiosas sobre o comportamento dos gastos com saúde frente ao envelhecimento da população é “Estimating the future health and aged care expenditure in Australia with changes in morbidity, apresentado na última edição do Boletim Científico com o título “Estimando o gasto futuro com saúde e cuidados com idosos na Austrália com mudanças na morbidade”.

De acordo com o estudo, a percepção de que o envelhecimento da população aumentará o custo dos serviços de saúde desafiando sua sustentabilidade, especialmente frente às mudanças nos padrões de morbidade, é justificável. Para chegar a essa conclusão, o trabalho estimou o efeito do envelhecimento na saúde total (público e privado) e no gasto com cuidados aos idosos na Austrália entre 2015 e 2035, utilizando um modelo de projeção demográfica simples para o número de pessoas em grupos etários mais velhos, juntamente com uma estimativa baseada nas necessidades de mudanças no custo público e privado do cuidado por pessoa em cada grupo ajustado para mudanças esperadas na morbidade.

O resultado foi um crescimento esperado de 3,33% ao ano nas despesas com saúde, que devem saltar de US$ 166 bilhões para US$ 320 bilhões. Um aumento de quase 100% no período. Ainda de acordo com o estudo, o gasto com saúde por pessoa idosa deve avançar de US$ 7,4 mil, em 2015, para US$ 9,6 mil em 2035.

Apesar do resultado, os autores do trabalho apontam que o envelhecimento terá um efeito menor do que outros fatores, como o equilíbrio – ou a falta dele – na relação entre oferta e demanda dos serviços de saúde.