Se a economia do País mantiver o ritmo de crescimento nos próximos meses, o setor de saúde deve aquecer ainda mais, gerando mais postos de trabalho, prevê o superintendente executivo do IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar), José Cechin. O Relatório de Emprego da Cadeia Produtiva da Saúde, apresentado em 1º de novembro, foi o primeiro e a expectativa do instituto é divulgar uma edição atualizada a cada mês. “Eu diria, quase um afirmativo, que vai aumentar os números nos próximos relatórios. Estamos entrando em um ciclo de retomada econômica, com a volta dos investimentos e crescimentos. Se voltar a crescer, empresas que já dão planos de saúde aos funcionários vão contratar mais gente, aumentando o número de beneficiários, e as pessoas poderão cuidar mais da saúde. Tudo isso leva ao aumento dos investimentos em saúde e do emprego dessa cadeia produtiva.”

A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) espera terminar 2021 com 48,6 milhões de usuários, um crescimento de 1,4 milhão de pessoas, o que corresponde a 3% sobre o número atual. “Acho que a gente tem muito a avançar. Poderíamos cobrir melhor a fatia da população, estar presente em mais lares. Mas dizer que estamos enfrentando uma crise sem precedentes, não é verdade. As operadoras cresceram consideravelmente”, avaliou o economista-chefe da entidade, Marcos Novais.

Cechin defendeu, no entanto, o aumento da produtividade do setor. “No setor da saúde como um todo, tem que melhorar em muito a produtividade. Na medida em que isso acontece, compensa um pouco a necessidade de aumento de empregos. Se melhorarmos a produtividade, ainda assim vai crescer (a geração de postos de trabalho), mas continua sem tanta intensidade. Não irá desempregar médicos, enfermeiras, cuidadores. Irá diminuir o risco de crescimento das despesas de saúde e tornar a saúde mais acessível”, afirmou.