As principais operadoras de saúde do país estão se mobilizando para garantir a regulamentação definitiva da telessaúde no país. Uma ampla campanha de mídia, promovida pela FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), que reúne 40% do mercado brasileiro de planos de saúde, está sendo posta no ar a partir de hoje.

Por isso a FenaSaúde lança hoje a campanha “Telessaúde: Mais Saúde para o Brasil”. A iniciativa conta com uma série de ações de comunicação, incluindo uma página na internet (telessaude.fenasaude.org.br) e postagens nas redes sociais. Visa ampliar a discussão sobre a importância da telessaúde e garantir que a modalidade tenha uma regulamentação definitiva, diminuindo a desigualdade no acesso à saúde.

A telessaúde foi autorizada a partir de abril do ano passado como uma alternativa para garantir atendimento de saúde durante a pandemia, reduzindo o risco de contaminação. Ela permite que médicos, psicólogos, fisioterapeutas e outros profissionais da área realizem atendimento de pacientes à distância. No entanto, a modalidade só está autorizada no Brasil enquanto durar o estado de emergência decorrente da pandemia.

Ao longo de 2020, mais de 1,6 milhão de teleconsultas foram realizadas pelas 15 operadoras associadas à FenaSaúde. Em 90% delas, o paciente teve seu caso resolvido pelo atendimento virtual, evitando que muitas pessoas saíssem de suas casas à procura de cuidados médicos, lotando ainda mais os prontos-socorros e hospitais. “A telessaúde se mostrou uma solução muito importante de acesso ao médico, de continuidade dos tratamentos, sem o risco de se expor a um contágio”, detalha Vera Valente, diretora executiva da FenaSaúde.

Mas, apesar dos avanços, o direito da população brasileira à telessaúde não está garantido, já que falta a regulamentação definitiva para a modalidade. O tema levou inclusive à criação de uma Frente Parlamentar Mista no Congresso Nacional. “Por isso é fundamental que haja a regulamentação, que tenhamos uma segurança jurídica permanente, para que esse benefício continue ampliando o acesso à saúde no Brasil”, explica Vera Valente. Uma legislação duradoura também é importante para que operadoras e todos os demais prestadores do setor de saúde continuem a ampliar o uso da telessaúde.

O atendimento virtual também é uma solução para a concentração desigual de profissionais da saúde no Brasil. A região Sudeste concentra 53% de todos os médicos registrados no país, enquanto a região Norte conta com apenas 4%. “Isso demonstra e comprova a importância da telessaúde para ampliar o acesso e levar mais saúde para muito mais brasileiros”, destaca a diretora executiva da FenaSaúde.