Em sua estratégia de diversificação do negócio, o Fleury investiu R$ 50 milhões numa plataforma que funcionará como um “marketplace” de serviços ligados à saúde. O principal deles é um aplicativo que reúne o histórico de saúde dos pacientes, que passam a ter à mão seus diagnósticos médicos, evitando repetição de procedimentos.

A meta é que plataforma conte com serviços como entrega de medicamentos e kits de alimentação saudável, agendamento de consultas e exames, telemedicina, além de parcerias com drogarias e hospitais.

Inicialmente, os serviços serão ofertados apenas a empresas, para que sejam repassados como benefício a seus funcionários, mas a ideia é ampliar para pessoa física até o fim deste ano.

O primeiro passo da empreitada será incluir o maior número de pessoas possível à plataforma — batizada de “Saúde ID” —, que são os potenciais compradores desses serviços. Já na primeira etapa, serão incluídos os 3 milhões de pacientes do Fleury e 4 milhões de clientes atendidos pela SantéCorp, empresa de gestão de saúde empresarial adquirida pela rede de medicina diagnóstica em dezembro de 2018. O novo negócio será liderado pelo médico Eduardo Oliveira, fundador e CEO da SantéCorp.

Para ter uma adesão maior, o Fleury vai negociar com as empresas que concedem planos de saúde aos seus funcionários.

“As empresas e os respectivos colaboradores autorizam ou não a inclusão dos dados. Só após essa autorização é que recolhemos o histórico de saúde junto às operadoras e seguradoras”, disse Carlos Marinelli, presidente do Fleury. “A oferta do serviço pode ser apenas a inclusão de dados para que os usuários tenham essas informações reunidas no app ou uma gama maior de serviços de gestão de saúde”, complementou Oliveira.

É nesse último ponto que o Fleury rentabiliza a plataforma. O preço cobrado vai variar conforme o tamanho da carteira de usuários e tipos de serviços adquiridos. O Fleury não informou quanto o novo negócio pode gerar de ganhos.

Nos casos em que a empresa adquire um pacote de serviços que inclui a gestão da saúde dos funcionários — com acompanhamento de doentes crônicos, consultas via telemedicina, entre outras medidas que diminuem visitas em pronto socorro e internações —, a meta é conseguir uma redução no custo do plano de saúde. “Na SantéCorp, já fazemos esse trabalho e nossa remuneração é baseada em performance”, disse Oliveira.

Essa gestão será feita com apoio de duas “healthtechs” que receberam aportes do Fleury em julho. A Prontmed, de prontuário médico que teve 18,5% do seu capital adquirido pela rede de medicina diagnóstica, e a startup israelense Sweetch, especializada em acompanhamento de doenças crônicas.

A entrada de parceiros que não pertencem ao grupo Fleury na plataforma será feita, provavelmente, em 2021.