O governo quer que os planos de saúde façam o ressarcimento ao SUS (Sistema Único de Saúde) do valor das vacinas contra a covid-19 a serem aplicadas em seus beneficiários a partir do ano que vem. A ideia, porém, encontra resistência das empresas e da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), que regulamenta o setor e tem o poder de decidir se os planos devem ou não arcar com esses custos.

A disputa envolve uma fatura que pode ultrapassar os US$ 480 milhões (cerca de R$ 2,6 bilhões na cotação atual), pelos cálculos de técnicos do Ministério da Saúde. A cifra leva em conta o preço médio de US$ 10 por dose da vacina e os 48 milhões de beneficiários dos planos. Mas o valor pode até dobrar, caso sejam necessárias duas doses de reforço no ano que vem.

O pleito do ministério tem como base recomendação da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde), favorável à incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS) dos imunizantes da Pfizer e da AstraZeneca. Ambos já têm registro definitivo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso no Brasil.