A Hapvida acaba de fechar a compra do Grupo São Francisco por R$ 5 bilhões, numa transação transformacional que marca a entrada da companhia — forte no Nordeste — nos mercados do interior de São Paulo, Centro-Oeste e Sul.

A transação será feita quase que integralmente em cash — apenas 5% do valor será pago em ações da Hapvida aos acionistas do São Francisco.

A Hapvida tem R$ 3 bi em caixa, e emitirá uma dívida de R$ 2 bi para financiar a compra. Com isso, sua dívida líquida passará a representar uma vez o Ebitda.

A companhia fundada pelo Dr. Cândido Pinheiro concorreu com Intermédica, Amil e Bradesco Saúde, que também apresentaram ofertas.

O Grupo São Francisco tem 1,8 milhão de vidas, dos quais 1 milhão de planos odontológicos e 800 mil em saúde. Desses, 600 mil estão no interior de São Paulo, uma área dominada pelas Unimeds e com pouca presença da Amil.

O restante está espalhado em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Goiás.

O São Francisco opera num modelo integralmente verticalizado no mercado paulista, com toda a rede operada pelo próprio plano. Nas outras regiões, adota um modelo de ‘verticalização parcial’, com a utilização de uma rede de parceiros.

A Intermédica era tida como favorita na transação, pela sinergia com seus ativos na região e pela ambição de aumentar a verticalização de sua rede.

A Hapvida sempre mirou o mercado de São Paulo, mas investidores apontam riscos de execução num mercado desconhecido e com uma competição mais acirrada com outros planos numa região em que os consumidores tem bolsos mais fundos do que no Nordeste.

A companhia nordestina prosperou numa região carente de oferta de planos baratos e atrai principalmente clientes que antes utilizavam o SUS.

A Hapvida foi assessorada pelo BTG e pela Riza Capital. O Goldman Sachs assessorou o Grupo São Francisco.