A Hapvida, grupo de planos de saúde com hospitais próprios, levantou R$ 2,7 bilhões em uma oferta subsequente de ações (follow-on) nesta terça-feira, disseram duas fontes a par da transação. Com o dinheiro, a companhia vai fortalecer o caixa enquanto se prepara para a fusão com a concorrente NotreDame Intermédica, além de robustecer sua estratégia de aquisições em um mercado de saúde cada vez mais disputado.
A companhia vendeu suas ações por R$ 15, desconto de apenas 1,8% em relação ao preço de fechamento dos papéis no pregão desta terça-feira na Bolsa. A esse valor, a oferta movimenta R$ 2 bilhões. Mas a companhia vai conseguir exercer o lote adicional de 35% previsto na oferta, de acordo com as fontes, elevando o total para R$ 2,7 bilhões.
Desse volume, cerca de R$ 2 bilhões irão direto para o caixa da companhia, enquanto o restante irá para o bolso dos atuais sócios.
Depois de Dasa e Mater Dei
A transação da Hapvida ocorre duas semanas depois de o grupo Dasa, que reúne laboratórios e hospitais, ter levantado cerca de R$ 3,8 bilhões em um “re-IPO” na Bolsa, e de o mineiro Mater Dei, de hospitais, fazer um IPO de R$ 1,4 bilhão.
Embora essas duas transações tenham saído abaixo do preço inicialmente previsto, o case de Hapvida já é conhecido dos investidores desde 2018, quando ela estreou na Bolsa, e atesta que o apetite do mercado pelo setor de saúde continua aceso. Afinal, foi nele que se deu, no fim do ano passado, o segundo maior IPO da história, o da Rede D’Or, que levantou R$ 11,4 bilhões e vale hoje quase R$ 137 bilhões na B3.
Desde que estreou na Bolsa, a cearense Hapvida se tornou uma das queridinhas dos investidores com uma estratégia “verticalizada” — isto é, atendendo os pacientes em hospitais próprios — que lhe garantiu mais de um terço do mercado de planos de saúde no Norte e Nordeste.
Fusão
Após chegar à B3, a companhia iniciou uma expansão pelo restante do Brasil e, mais recentemente, anunciou fusão com NotreDame Intermédica, em uma transação que resultaria em um player com quase um quinto de todos os clientes de plano de saúde no Brasil.
O follow-on — como são conhecidas as ofertas de ações promovidas por empresas que já estão na Bolsa — da Hapvida foi feito com “esforços restritos”, o que significa que um número limitado de investidores institucionais conseguiu comprar papéis na ocasião. Coordenaram a oferta o BTG Pactual, Bank of America, Itaú BBA, XP Investimentos, Credit Suisse e o Citi.