A NotreDame Intermédica não levantou, até o momento, nenhum ponto relevante nas discussões para a fusão com a Hapvida e a expectativa é que a proposta seja apresentada aos conselhos das operadoras de planos de saúde nesta semana, segundo o Credit Suisse, que esteve reunido com a direção da Hapvida durante conferência de investimentos na América Latina do banco, na semana passada.

No período de análise pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que deve se estender até o fim de deste ano e começo de 2022, a companhia combinada terá dois co-CEOs “para não perder velocidade durante a consolidação.

Segundo o banco, a empresa acredita que isso é particularmente importante, pois haverá uma janela de oportunidade para aquisições, que podem ser fechadas em dois a três anos. Quer manter equipes independentes e fazer uma integração eficaz logo após as ondas de fusões e aquisições. “Acreditamos que isso vai atrasar as sinergias, mas essa a decisão pode mudar com o tempo, à medida que as despesas aumentam”, informa o Credit Suisse, em relatório assinado por Maurício Cepeda.

Ainda durante o evento do banco, a direção da Hapvida reforçou que sua prioridade continua sendo a tese da verticalização e manutenção da margem do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) na casa dos 20%.

A estratégia vislumbra ainda manter as aquisições de hospitais e aumentar a verticalização de medicina diagnóstica da Intermédica, que está num grau menor hoje. A operadora de Fortaleza, por sua vez, já realiza 80% dos exames de seus usuários em rede própria. A Hapvida exemplificou que na São Francisco, operadora do interior de São Paulo, a migração para um modelo verticalizado não trouxe grandes impactos aos usuários. “Por outro lado, os médicos são os mais impactados. Eles podem estar relutantes em aceitar o novo modelo que tem mais controle, reivindicações e protocolos.”

A Hapvida estima que cerca de 10% dos médicos não aceitam o modelo verticalizado a princípio. A empresa considera um sucesso o fato de apenas 5% dos médicos rejeitarem o modelo verticalizado após a aquisição da São Francisco.