O secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, afirmou, neste domingo, que a cidade do Rio de Janeiro tem apenas 30 pacientes internados com Covid-19 na rede SUS. Esses leitos ocupados estão distribuídos em hospitais universitários e em uma unidade federal da capital. Neste sábado, a pasta já havia informado que os hospitais municipais do Rio de Janeiro zeraram o número de internados por Covid-19. Soranz credita o avanço da vacinação contra a doença como responsável pelos bons índices. Além disso, o secretário destacou que a última internação notificada foi na quinta-feira, dia 18, às 18h57, no Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), da Uerj, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio.

— Conforme aumenta a cobertura vacinal, os pacientes que necessitam de internação por Covid-19 estão cada vez mais raros. Com 12 milhões de doses aplicadas e 95% dos adultos vacinados, está cada vez mais raro encontrar um caso grave na cidade. As vacinas funcionam — diz Soranz.

Além do Hupe, os leitos ocupados estão distribuídos entre o Hospital Federal dos Servidores do Estado; a Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ; e o Instituto Nacional de Infectologia (INI) Evandro Chagas, da Fiocruz. Esse último, inclusive, tem hoje 197 leitos destinados à doença e receberá os novos pacientes, funcionando agora como hospital de referência para otimizar a rede pública de saúde.

Ainda de acordo com Soranz, o mutirão realizado neste sábado, dia 20, para vacinação nos postos de saúde da cidade terminou com 34.610 vacinas aplicadas até as 17h, sendo 1.753 de primeira dose, 19.570 de segunda e mais 13.287 de reforço. Segundo a secretaria, há ainda na capital fluminense cerca de 600 mil cariocas com 12 anos ou mais com a vacinação atrasada. Hoje, 76% da população está completamente imunizada na cidade, ou seja, já recebeu as duas doses ou a dose única.

— As vacinas já provavram seu efeito protetivo individual e em grupo. Agora o desafio é avançar na segunda dose dos adolescentes e focar no reforço nos adultos após cinco meses da segunda dose — destaca Soranz.

Por sua vez, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio mostra, em dados do dia 19, uma queda de 38% no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e de 61% nos óbitos causados pela doença.

O município do Rio criou um calendário específico para reforçar a imunização de pessoas de 55 a 59 anos a partir do próximo dia 29, com um intervalo menor. De acordo o calendário por idade, quem tem 59 anos e tomou a segunda dose há mais de três meses, por exemplo, poderá receber o reforço de 29 de novembro até 4 de dezembro. O cronograma segue com as pessoas de 58 anos, no período de 6 a 11 de dezembro. Depois, virão aqueles com 57 anos, de 13 a 18 de dezembro. Os dias de 20 a 23 foram reservados para quem tem 56 anos. E o cronograma fecha com aqueles de 55 anos ou mais, de 27 de dezembro a 4 de janeiro (parando nos dias 31 de dezembro, 1º e 2 de janeiro).

Para ajudar o leitor a descobrir quando deve tomar a próxima dose da vacina contra Covid, O GLOBO criou um quiz de perguntas e respostas.

Sem previsão de nova flexibilização do uso de máscaras

Daniel Soranz destacou ainda que a liberação do uso de máscaras em locais fechados, como nos shoppings centers, por exemplo, só acontecerá a partir de uma mudança na resolução estadual. O decreto da prefeitura que flexibilizou o item de segurança em academias, piscinas, centros de treinamento e condicionamento físico e pistas de patinação, publicado na última quarta-feira, só passará a valer mediante decisão do Estado.

Pela lei estadual n° 9443, sancionada por Cláudio Castro, após votação na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), é da SES a atribuição de decidir em que circunstâncias o uso de máscaras pode ser flexibilizado.

Prefeitura estima 600 mil vagas para cirurgias

Com a redução da ocupação de leitos, a prefeitura prevê um plano de reduzir a fila do Sisreg em 2022. Hoje, 170 mil pacientes aguardam na fila para consultas — cirurgia, exames e procedimentos ambulatoriais.  A previsão da prefeitura é investir cerca de R$ 1 bilhão no próximo ano para zerar a fila em 18 meses. Soranz mostra-se otimista.

— Estamos avançando nas cirurgias e já ofertamos mais de 600 mil vagas — destacou ele, que na semana passada já havia comentado sobre o assunto: — Muitas doenças foram negligenciadas nesse período. Muitos exames e cirurgias eletivas não foram feitos. Toda a rede do SUS precisará agora para trabalhar para recuperar o tempo perdido.

Em nota, a Secretaria municipal de Saúde explica que já retomou os procedimentos eletivos, como no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, que desde 1º de outubro voltou a atender pacientes não-Covid-19, realizando cirurgias eletivas como hérnia, tireoide e vesícula.