Voltou a ganhar força na Casa Civil o lobby dos planos de saúde individuais para liberalizar a regra de reajuste. Hoje, a ANS (Agência Nacional de Saúde) é quem determina a correção anual desses planos, que contemplam cerca de dez milhões de pessoas.

Nesta semana, houve reunião na Casa Civil com a participação de integrantes da ANS. Membros da agência avaliam que essa liberalização seria ruim para os consumidores.

É que os planos individuais são negociados diretamente com as operadoras. O lobby pró-liberalização quer que valha a regra dos planos coletivos. Hoje, cerca de 52 milhões de brasileiros têm planos de saúde coletivos ou individuais.

No caso dos planos coletivos, ocorre uma negociação mais livre do preço, porque, em geral, uma empresa contrata uma operadora, negocia desconto para um grupo e oferece planos aos seus funcionários. Há maior poder de barganha em relação à operadora do que no caso da compra feita diretamente por um consumidor. Daí o governo precisar proteger mais esse grupo.

No ano passado, houve embate entre o Ministério da Justiça, prevendo a defesa dos consumidores, e a Casa Civil, mais sensível ao lobby das operadoras. Esse lobby retomou a ofensiva numa hora de fragilidade política e econômica do governo. Mais uma vez, alguém está querendo colocar um jabuti na árvore.