O médico Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes foi anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (15) como o novo ministro da Saúde após a saída do general Eduardo Pazuello. Queiroga é o quarto ministro a assumir a pasta durante a gestão de Bolsonaro.

Queiroga é médico há mais de 30 anos, graduado pela Universidade Federal da Paraíba.

“A conversa foi excelente, já o conhecia há alguns anos. Não é uma pessoa que tomei conhecimento há poucos dias. E tem tudo no meu entender para fazer um bom trabalho, dando prosseguimento em tudo que o Pazuello fez até hoje”, disse o presidente ao anunciar a mudança em um canal oficialista do YouTube.

Presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Marcelo Queiroga chega ao cargo com o desafio de chefiar a pasta no pior momento da pandemia no país e com uma forte pressão pela vacinação em massa da população.

Bolsonaro também prometeu, sem explicar detalhes, que o novo ministro será responsável por um amplo programa de vacinações. “No tocante a vacinas, um programa bastante ousado, mais de 400 milhões de doses contratadas até o final do ano. Este mês vamos receber mais de 4 milhões de vacinas, e essa política de vacinação em massa continuará cada vez mais presente em nosso governo.”

Marcelo Queiroga já tinha demonstrado ter um bom trânsito no governo mesmo antes de ser anunciado como ministro. Ele agrada não só Bolsonaro como também a militância do presidente nas redes sociais, mesmo defendendo o isolamento social.

“Queremos reforçar como é fundamental a população em geral seguir o isolamento social, para evitar o contágio, e tomar todas as precauções indicadas”, disse Marcelo Queiroga em um texto publicado no site da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Com perfil técnico, Queiroga fez parte da equipe de transição do governo na área da saúde e foi indicado por Bolsonaro para assumir um cargo na direção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Ele, porém, deixou claro em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo neste domingo (14) que não é um defensor de bandeiras bolsonaristas, como o uso da cloroquina.

“A própria Sociedade Brasileira de Cardiologia não recomendou o uso dela nos pacientes (…) Nem eu sou favorável porque não há consenso na comunidade científica”, afirmou Queiroga em entrevista ao jornal.

Queiroga foi anunciado como ministro depois de se reunir com Bolsonaro em Brasília nesta segunda. O presidente já havia recebido a médica Ludhmila Hajjar, que disse não ter aceitado o cargo.

Hoje, o Brasil é líder global em número de mortes diárias em números absolutos e diversas capitais do país estão com a maioria dos hospitais completamente lotados. Se for considerado o tamanho da população, o país ocupa o 12º lugar entre os mais atingidos, com 132 mortes a cada 100 mil habitantes, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins (EUA).

Formado em medicina pela Universidade Federal da Paraíba, Queiroga tem mais de 30 anos de experiência como médico. Hoje, ele cursa doutorado em Bioética na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, em Portugal. Ele também é diretor do Departamento de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (Cardiocenter) do Hospital Alberto Urquiza Wanderley, em João Pessoa, na Paraíba.