No dia 07/12, o IESS realizou o Seminário “Qualidade e Eficiência na Saúde” que contou com a participação de palestrantes de renome nacional e internacional, além de debate com formadores de opinião e tomadores de decisões na área da saúde. Um dos destaques do evento foi a palestra “Mensuração e Melhoria da Qualidade Assistencial na Saúde” com a Doutora em Medicina Preventiva Ana Maria Malik, da Fundação Getúlio Vargas.

Segundo a professora, um dos entraves na promoção da saúde brasileira é a falta de diálogo e do alinhamento de interesses entre os diferentes agentes do setor. “Nem todos os stakeholders que atuam na área tem os mesmos objetivos em prol da saúde. Ainda falta diálogo e envolvimento em comum de líderes políticos e comunitários, usuários dos serviços e seus defensores, prestadores, reguladores, representantes dos trabalhadores da saúde e os demais elos da cadeia”, aponta Malik.

Ana Maria apontou como o avanço no diálogo entre estes diferentes agentes podem garantir a promoção e prevenção da saúde. Não é simples coincidência que tivemos entre os vencedores do VII Prêmio IESS um trabalho que mostra a experiência em atenção primária na saúde suplementar na cidade de Belo Horizonte. “Já falamos em atenção primária há alguns anos. Estas ações, como do trabalho premiado, mostram que algumas medidas estão sendo tomadas. Não adianta apenas falar da atenção primária, precisamos colocar em prática e fazer redes efetivas de saúde”, aponta Ana Maria. “É prevenção e promoção da Saúde que precisamos. Não apenas lidar com a doença”, continua.

“A cada vez que leio um novo trabalho sobre o tema, fico cada vez mais surpresa com a quantidade de desperdícios em toda a cadeia da saúde suplementar. No Brasil, usa-se os diferentes recursos de modo exagerado ou com pouca efetividade”, comenta ao citar outro tema latente nas preocupações do IESS, sobre os excessos e as fraudes na saúde brasileira

Segundo a especialista, não dá para optar: objetivos em saúde estão juntos com objetivos da qualidade. E isto passa por uma série de fatores, como melhorar o acesso e a qualidade dos serviços para diferentes populações, diminuir a mortalidade relacionada a evento adverso prevenível, aumentar acesso ao diagnóstico e tratamento precoce de câncer, garantir continuidade dos cuidados em saúde e outras etapas.

A professora ainda afirma que muitas mudanças e atitudes inovadoras existem também dentro do Brasil para a melhoria da qualidade assistencial, mas ainda há muito receio por parte dos gestores em toda a cadeia para compartilhar estes resultados. “Acredito que o Brasil pode, sabe e tem experiências com sucesso efetivo. É necessário aprender e conseguir replicar estas estratégias”, conclui.