A saúde suplementar também foi tema do 20° Congresso de Corretores, no segundo dia de evento.
Como mediador, Amilcar Viana, diretor de saúde da Fenacor, apresentou o painel ressaltando que os players do mercado se deparam hoje com o desafio de descobrir como manejar a saúde suplementar.
Rodrigo Aguiar, diretor da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), iniciou a apresentação sobre a regulamentação da agência referente à venda de plano de saúde online. Primeiramente, a venda conectada deverá conter todas as informações necessárias, tal qual um contrato fechado presencialmente. Com o diferencial do direito do arrependimento, com o qual o beneficiário pode cancelar a contratação feita online em até sete dias.
A ausência de informações claras pode dificultar o pleno entendimento do beneficiário. Se o cliente não sabe a que tem direito isso leva ao aumento da judicialização, portanto ter clareza é primordial para evitar insatisfação. “Essa insatisfação obriga que a ANS intervenha na relação entre operadora e beneficiário, que deveria ser direta”, apontou Aguiar. Essa clareza, portanto, deve partir dos corretores, que mantendo seus clientes bem informados são capazes de evitar prejuízos ao mercado como um todo.
Economia e mercado
O mercado de saúde é totalmente influenciado pela falta de renda e o desemprego no País. “Em 2016 tivemos uma grande depressas, mas em 2017 estamos bastante otimistas com expectativa de crescimento para o setor. 2018 será melhor”, afirmou a presidente da FenaSaúde, Beatriz Palheiros Mendes, que confia na estabilização e recuperação do emprego que, segundo ela, tem superado as expectativas. “Nós perdemos 2,5 milhões de beneficiários, mas a perda do emprego foi de 2,7 bilhões”, apontou a presidente da entidade, reforçando que, mesmo com redução, o mercado de saúde suplementar ainda se saiu melhor do que se esperava diante da defasagem da economia.
A preocupação mais urgente, no entanto, continua sendo o fato das despesas separarem as receitas da saúde suplementar. “O segmento conquistou a confiança desses beneficiários e tem sido demandado”, afirmou. Os planos coletivos empresariais ainda têm força, apesar das perdas recentes, mas ainda são peças importantes para fazer o mercado crescer. Foram 185 mil novos beneficiários.
Despesas
Os desperdícios na saúde continuam, pois mesmo com queda no número de beneficiários, as despesas com os procedimentos médicos só crescem. O alvo é ter mais clareza e para Solange Beatriz, o mercado conta muito com os corretores de seguros para que isso seja feito. “O corretor tem direitos, mas tem deveres que implicam nos direitos e deveres dos outros. Precisa ser uma via de mão dupla”, afirmou. Ela também coloca como dever do próprio consumidor em ser mais informado, buscar respostas e questionar o que é oferecido dentro do mercado.
No entanto, Solange discorda que o corretor seja representante da operadora. Para ela, o corretor tem que representar o interesse do segurado. ” O papel do corretor e ajudar o consumidor a fazer uma boa compra. É um papel fundamental”, disse Solange, que completou: “consumidor desinformado é consumidor insatisfeito”.
A partir de 1998, o mercado de saúde suplementar brasileiro começou a se formar, afirmou Gabriel Portela, presidente da SulAmérica que acredita que o mercado precisa se unir, que a Fenacor e a CNSeg precisam se envolver mais. A agência não vai se intrometer, mas vai regular. nós somos os responsáveis por gerar produtos e alternativas. “A gente usa big data para conhecer o que vocês corretores já conhecem:os clientes. Não precisamos de tanta tecnologia quando temos vocês”, afirmou Portela. Seja o que for, a tecnologia encontrará o mercado de seguros muito bem.