As multinacionais estão apostando uma corrida para garantir espaço no setor de equipamentos para a área médica no País. Enquanto a expansão nos países desenvolvidos é próxima de zero, o segmento cresceu 17% no Brasil em 2011, reflexo da alta da renda e do aumento de brasileiros com planos de saúde . De olho neste potencial, a americana Varian Medical Systems, uma das pioneiras do polo tecnológico do Vale do Silício, na Califórnia, planeja abrir fábrica no País no segundo semestre.

A diferença entre a Varian e as concorrentes é que, enquanto as outras multinacionais se dedicam ao setor de imagem – ultrassom e raio X, por exemplo -, ela deverá fabricar aparelhos de alta complexidade para tratamento de vários tipos de câncer. Além da planta industrial, a empresa pretende criar um centro de treinamento para médicos, montar uma cadeia de fornecedores de peças, desenvolver softwares e abrir um centro de distribuição no País. O investimento da empreitada ainda não foi definido, mas a expectativa da empresa é que o número de empregos gerados pela Varian no País pelo menos dobre, passando dos atuais 60 para 120.

Para criar equipamentos capazes de tratar vários tipos de câncer e de fazer a dosagem de radiação de acordo com a agressividade do tumor, a Varian Medical Systems investe anualmente cerca de US$ 170 milhões em pesquisa e desenvolvimento. A opção pelo investimento em países emergentes reflete tanto o maior acesso da população a tratamentos quanto o aumento da impressionante incidência de câncer em algumas nações. “Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), haverá mais pacientes de câncer de pulmão na China em 2020 do que no resto do mundo”, diz Kolleen T. Kennedy, vice-presidente sênior da Varian. “Por lá, o número de fumantes só cresce.”

A alemã Siemens também planeja uma nova fábrica no País, na qual investirá R$ 50 milhões para produzir tanto produtos para análise laboratorial quanto equipamentos de diagnóstico por imagem, como raio X, ressonância magnética e tomografia de última geração. A unidade será inaugurada no segundo semestre, em Joinville (SC), onde a empresa já tem um centro de distribuição para o segmento médico. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.