O mundo não deve ter vacinas contra a covid-19 suficientes para voltar à normalidade antes de 2022. A previsão é da cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan.

“O jeito como as pessoas estão imaginando é que, em janeiro, teremos vacinas para todo o mundo e as coisas começarão a voltar ao normal. Não é assim que funciona”, explicou ela. “Nossa melhor avaliação [para o lançamento de uma vacina] é meados de 2021.”

As previsões se baseiam, segundo Swaminathan, na expectativa de divulgação dos resultados dos últimos testes clínicos das vacinas mais promissoras, que estão sendo produzidas por diferentes farmacêuticas privadas e estatais.

Segundo a cientista-chefe da OMS, é pouco provável que haja vacinas suficientes para atingir a meta de 2 bilhões de doses, da entidade, até o fim de 2021.

A Covax, iniciativa da OMS que tenta angariar recursos para garantir uma distribuição igualitária de doses em todo o mundo, espera ter algumas centenas de milhões de vacinas contra a covid-19 no próximo ano.

Apesar das previsões de Swaminathan, a China afirmou ontem, após a aprovação de uso emergencial nos Emirados Árabes Unidos de uma vacina produzida pela estatal Sinopharm, que espera já começar a imunizar sua população entre novembro e dezembro.

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump vem afirmando, de forma reiterada nas últimas semanas, que espera aprovar uma vacina antes das eleições presidenciais de novembro, gerando preocupações de que pressões políticas afetem o processo de avaliação das agências de saúde.