A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA, na sigla em inglês) recomendou nesta quinta-feira que a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca continue sendo usada no país.

A recomendação veio depois de uma revisão científica realizada pela agência não ter encontrado evidências que indiquem o imunizante cause coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas, suspeita que fez vários países europeus a suspenderem a aplicação da vacina.

“Nossa revisão completa e cuidadosa, juntamente com a avaliação crítica dos principais cientistas independentes, mostra que não há evidências de que coágulos sanguíneos estejam ocorrendo mais do que o esperado na ausência de vacinação, para qualquer uma das vacinas”, disse June Raine, executiva-chefe da MHRA.

A MHRA afirmou que a decisão de alguns países europeus para interromper o uso da vacina se baseou em “relatos isolados” de trombose venosa que ocorreram logo depois da vacinação. “Isso é extremamente raro e não foi estabelecida uma associação causal com a vacina” explicou Raine.

Segundo a agência britânica, a taxa de notificação desses casos foi de 4 por cada 1 milhão de doses aplicadas. No Reino Unido, cinco casos similares foram registrados após a aplicação de 11 milhões de doses da vacina da AstraZeneca.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou ontem que os benefícios da vacina continuam superando os riscos e recomendou que o imunizante da AstraZeneca continue sendo aplicado em todo o mundo.

Agência europeia

Também nesta quinta-feira, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) disse que a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca é segura e deve continuar sendo usada pelos países da União Europeia.

Após a análise, a EMA disse estar convencida de que os benefícios do imunizante, eficaz no combate à covid-19, superam eventuais riscos.

A revisão também concluiu que não há indícios de relação entre a vacina, e os casos de trombose registrados em países europeus. Os estudos sobre a vacinação continuarão, segundo a EMA.

A presidente do Comitê de Segurança da EMA, Sabine Straus, disse hoje que a análise da agência não encontrou evidências de que a vacina aumente os riscos de formação de coágulos sanguíneos. Ela disse que esses eventos estão associados à própria covid-19, não aos imunizantes desenvolvidos para combater a doença.

Na terça-feira, em entrevista coletiva, a diretora-executiva da EMA, Emer Cooke, disse estar “convencida” de que os benefícios da vacina superaram os riscos e disse que a suspensão da aplicação poderia prejudicar a confiança do público na campanha de imunização.