Nos últimos dois anos, começamos a testemunhar uma revolução no sistema bancário brasileiro com a criação do open banking. Por trás desse conceito, está a  e uma intensa e, agora, regulamentada troca de dados de clientes entre instituições. Esse mesmo conceito de dados abertos tem enorme potencial de ser usado na área da saúde.

Hoje, nosso histórico médico está espalhado por consultórios, laboratórios, clínicas e hospitais diferentes, dificultando o manejo das informações. Assim, para um futuro não tão distante, o melhor caminho para o setor é abolir essa descentralização e tornar o paciente dono dos seus dados, com o que podemos chamar de “open health”.

Necessitamos com urgência integrar a cadeia de saúde. Precisamos reunir o prontuário médico, com o consentimento total do usuário e em benefício dele, na palma da mão do principal interessado: ele mesmo.

E, se antes isso parecia pouco palpável e de difícil execução, cada vez mais essa medida se torna factível. É possível —para não dizer fundamental— utilizarmos de tecnologias em prol desse movimento.

Assim, cada indivíduo terá em sua posse um histórico pessoal que reúna desde as  tomadas ao longo da vida até o resultado de exames recentes e as condutas clínicas adotadas pelo médico a partir deles.

Com isso, o paciente conseguirá gerir sua própria  e se apoderar de uma rotina organizada de cuidados, com alertas para o retorno de uma consulta e mesmo para a hora exata de iniciar um rastreamento preventivo com base em sua idade, comorbidades ou demais fatores de risco.

Terá ainda mais liberdade para transitar entre atendimentos públicos e privados, com a garantia de que o profissional que o atenderá conhecerá a fundo seu quadro clínico.

Por falar no profissional do outro lado da mesa, médicos e equipe multidisciplinar também serão beneficiados com o modelo de open health.

Ter acesso online às informações dos pacientes, de maneira integral e padronizada, pode evitar a realização de exames em duplicidade, elucidar (e agilizar) diagnósticos, bem como facilitar a tomada de decisão clínica.

Além disso, os profissionais provavelmente passarão a se deparar com mais indivíduos saudáveis do que doentes. Isso porque doenças crônicas serão mais facilmente controladas, e diagnósticos precoces garantirão ampliar chances de cura. Prevenção e qualidade de vida ganharão mais espaço no dia a dia, sendo de fato promovidas pelo setor de saúde.

Nessa relação ganha-ganha, hospitais, laboratórios e operadoras também saem vitoriosos. Os primeiros se tornam hubs de  de alta complexidade, e os demais, parceiros de prevenção e hábitos saudáveis de seus clientes.