A Rede D´Or (RDOR3), maior rede privada de hospitais no Brasil, teve lucro líquido de R$ 477,7 milhões entre abril a junho deste ano, resultado acima das expectativas do mercado. A empresa teve prejuízo líquido de R$ 306,6 milhões apurado no segundo trimestre de 2020.

A receita líquida da companhia ficou em R$ 5,21 bilhões no segundo trimestre deste ano, ante R$ 2,75 bilhões no mesmo período de 2020, uma alta de 89,5%. O Ebitda (lucro antes de impostos), foi o mais robusto já registrado pela rede em um segundo trimestre, com saldo de R$ 1,2 bilhão.

O recorde foi atribuído ao aumento de leitos operacionais, que representou 91% dos leitos totais, ante uma taxa de 80% no mesmo período do ano passado. Esse dado foi consenso entre os analistas.

A Rede D´Or tem 52 hospitais e mais de 45 clínicas oncológicas, estas alocadas no grupo Oncologia D’Or. A companhia também atua em serviços complementares, como banco de sangue, diálise e ambulatórios.

Confira a seguir os destaques dos resultados do segundo trimestre de 2021 da Rede D’Or, em material elaborado pelos analistas de ações de Saúde da XP Investimentos, Vitor Pini e Matheus Soares:

“Na frente de endividamento, a Rede D’Or encerrou o segundo trimestre de 2021 com dívida bruta de R$ 22,1 bilhões, expansão de 3,7% ante 2020. Destacamos a 6ª emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) realizada em maio, no valor de R$ 1,5 bilhão, com vencimento em 2036. A dívida líquida da companhia atingiu R$ 7,5 bilhões ao final do trimestre, expansão de 34,3% em relação ao 4T20, dada a menor posição de caixa, explicada pelos investimentos em expansão e aquisições (já esperados). As disponibilidades totalizaram R$ 14,6 bilhões, valor suficiente para o cumprimento das obrigações financeiras até meados de 2028.Por fim, nota-se que a alavancagem medida pela relação Dívida Líquida/Ebitda manteve sua trajetória descendente, atingindo 1,7x no 2T21, ante 2,3x no último mês de dezembro, em razão da maior geração de Ebitda na janela. A companhia não possui covenants de alavancagem nas suas emissões.”

Trajetória

A fundação da Rede D’Or São Luiz remonta à inauguração da clínica de diagnósticos Cardiolab, em Botafogo, no Rio de Janeiro, em 1977, pelo cardiologista Jorge Moll Filho. Durante a década de 1980, houve a abertura de novas unidades em outras localidades do Rio de Janeiro, e, por consequência, a consolidação do Grupo Labs.

Em dezembro de 2020, a Rede D’Or realizou sua abertura de capital na B3, movimentando R$ 11,4 bilhões, no maior IPO (da sigla em inglês de Oferta Pública de Ações) de uma companhia brasileira desde 2013. A operação avaliou o grupo em R$ 112,5 bilhões.