“Nós temos uma mensagem simples para todos os países: testem, testem, testem. Testem todos os casos suspeitos de covid-19. Se o teste der positivo, isole [a pessoa] e descubra quem esteve em contato com ela em até dois dias antes dos primeiros sintomas e os testem também”. Foi com estas palavras que o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, abriu a coletiva de imprensa da entidade nesta segunda-feira, 16 de março.

A mensagem é um claro alerta sobre a necessidade de se mapear a circulação do vírus e se isolar as pessoas que o tenha contraído. “A forma mais efetiva de se combater o novo coronavírus e salvar vidas é quebrando a cadeia de transmissão. E, para fazer isso, é necessário testar e isolar os pacientes.”

A declaração acontece no mesmo dia em que Medlevensohn, empresa distribuidora de produtos e equipamentos médico-hospitalares, protocolou na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pedido de validação de testes rápidos que permitem o diagnóstico preciso, e em cerca de dez minutos, do novo coronavírus. A tecnologia possui confiabilidade de 99,3%, ou seja, de cada 100 casos testados, 99,3 apontarão um resultado correto.

O uso de testes rápidos está entre as recomendações da OMS relativas às políticas que devem ser adotadas pelos países para o combate à pandemia.

“É importante que os governos saibam onde o vírus está circulando, quem está infectado e quem não está”, reforçou, também durante a coletiva de imprensa da OMS, a Dra. Maria Van Kerkhove, diretora técnica da organização. “Testes rápidos, isolamento imediato de indivíduos, de modo que eles possam ser tirados do contato com outros indivíduos, evitando-se infecções; estas são as maneiras mais efetivas que temos para evitar a contaminação entre seres humanos”, acrescentou.

Com a disponibilidade do novo teste rápido, o Brasil poderá adotar uma política agressiva para o diagnóstico da Covid-19, fortalecendo a resposta do país ao avanço das próximas fases do surto da doença, que deve infectar milhares de pessoas nas próximas semanas.

O exame disponibilizado pela MedLevensohn é fabricado pela farmacêutica chinesa Biotest, e já está em utilização em 12 países, incluindo membros da União Europeia, como Alemanha, França, Itália e Polônia, além do Reino Unido.

“O teste rápido para coronavírus é realizado de forma muito simples. Colhemos uma gota de sangue, via pequena punção na ponta do dedo, espalhada depois em uma tira. A visualização do resultado é clara, informando em cerca de dez minutos se o diagnóstico é negativo ou positivo”, explica Anna Luiza Szuster Seara, diretora de Relações Internacionais da Medlevensohn.

Diferentemente do teste laboratorial, a tecnologia instantânea pode ser operacionalizada por qualquer profissional de saúde e utilizada em unidades básicas de saúde, pois não requer uma grande estrutura laboratorial e tampouco colaboradores com alto grau técnico.