Com esse objetivo principal, a operadora de planos de saúde HapVida, aportou na capital amazonense em 2015, R$ 40 milhões em recursos para aquisição de hospitais e obras de infraestrutura. Para 2016, estão previstos outros R$ 30 milhões.

Além dos R$ 30 milhões investidos no Hospital Rio Negro, inaugurado no segundo  semestre de 2015 e de mais R$ 2 milhões em clínicas espalhadas pela cidade, o investimento mais recente feito pela rede foi a reformulação do Hospital São Lucas, que custou R$ 8 milhões e foi reinaugurado nesta semana com foco exclusivo em maternidade e pediatria.

O diretor superintendente comercial do grupo, André Rosas, conta que a continuidade dos investimentos, mesmo em ano de crise econômica, se deve a uma estratégia montada pela empresa e organizada desde sua instalação em Manaus.

“Por sermos uma empresa verticalizada – todos os prédios que possuímos são nossos – e praticamos um rigoroso controle nos custos, conseguimos oferecer planos de saúde com preços acessíveis, sem perder a qualidade e ainda nos sobra o capital necessário para continuar investindo em Manaus. Sempre soubemos que  seria um desafio “fincar” raízes aqui, pela quantidade de operadores já existentes e, por esse motivo, precisamos aportar recursos e atrair clientes de forma agressiva. De outra forma, estaríamos fora”, avalia.

Mercado

De acordo com Rosas, a aposta do grupo surtiu efeito. Enquanto o segmento de operação em planos de saúde recuou em torno de 10%, a operadora teria registrado 15% de incremento em 2015.

“Chegamos neste início de ano, administrando 230 mil usuários. Até o final de 2016, queremos que esse número seja no mínimo de 270 mil”, estima.   Para tanto, a estratégia terá que ser agressiva.

“Vamos investir no mercado de troca. Não há mais tanto espaço em cidades como Manaus, para convencer pessoas a ter um plano de saúde, em especial, por conta da crise. Então, nossa estratégia inclui oferecer vantagens e condições para que as pessoas e as empresas abram mão de suas atuais operadoras de planos de saúde e decidam por nós. Um preço competitivo, que podemos oferecer graças ao nosso tipo de operação, também é tido por nós como um diferencial importante para aumentarmos nosso market share”, aponta.

Segmento

Mas o desafio será árduo e os investimentos necessários para contornar  a fragilidade   da economia. Conforme previsões do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), muitas empresas do setor perderão usuários.

O boletim mais recente divulgado pelo instituto, com base na Agência Nacional de Saúde (ANS), aponta que o mercado registrou, apenas no terceiro trimestre de 2015, uma perda de 236,21 mil beneficiários de planos de saúde, na comparação com o trimestre anterior.

Já a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) estima que o segmento pode ter fechado 2015 com 500 mil usuários a menos, levando em conta a variação do emprego e renda e o número de planos corporativos.