Ainda não sabemos quando iremos superar a pandemia do novo coronavírus. Mas mesmo de um período tão árduo é possível buscar aprendizados. O setor de saúde sairá transformado, possivelmente para melhor, em direção a um modelo de assistência menos centrado em hospitais e mais focado na atenção primária. Por outro lado, a experiência com a covid-19 deve tornar as pessoas mais conscientes de suas próprias condições de saúde e dedicadas ao autocuidado. É uma mudança cultural.

“No pós-pandemia teremos dois saldos. Um é sair desse modelo hospitalocêntrico, voltar para a atenção primária, ao cuidado continuado da saúde. Ter acompanhamento de um médico generalista foi fundamental para não ficar desassistido neste momento. O outro ponto é o autocuidado, as pessoas serem mais responsáveis por sua própria saúde” afirmou a diretora executiva da FenaSaúde, Vera Valente, no webinar “Reconectando os pacientes com o cuidado de sua própria saúde”, promovido pela Johnson&Johnson Medical Devices Companies.

Em sua participação, Vera ressaltou que o foco na prevenção tem feito parte da agenda da saúde suplementar no Brasil há anos. “Nós já tínhamos diversas iniciativas de promover a saúde: o autocuidado, programas de redução de peso, de parar de fumar. Boa parte da necessidade das pessoas em relação a sua saúde pode ser atendida fora do hospital”, disse a diretora executiva. A consolidação da telemedicina também é um dos componentes desse novo padrão.

Nesse sentido, desde 2009 existe uma programa das operadoras de planos e seguros de saúde junto com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o Promoprev, voltado à promoção da saúde e à prevenção de riscos e doenças. São cerca de 520 programas, mas com número ainda baixo de participantes – cerca de 2,5 milhões de beneficiários num universo de 47 milhões (5,3%) – mas resultados muito positivos por parte das associadas. A tendência, entretanto, é de crescimento.