Desde que foi iniciado, em outubro do ano passado, o projeto Parto Adequado, uma parceria do Hospital São Lucas com a Unimed Santos, foi responsável pelo nascimento de 700 crianças da Baixada Santista. Em um ano de existência, o projeto conseguiu superar a meta de 40% de partos normais imposta na sua criação.

Do total de nascimentos envolvidos neste projeto, 48% foram de partos normais — a meta inicial era chegar a 40%, “É um índice muito satisfatório, que indica que estamos acima da média”, explica a coordenadora médica da iniciativa, a obstetra Izilda Pupo.

A iniciativa é desenvolvida por meio de parceria com o Institute for Healthcare Improvement (IHI), o Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e o Hospital Israelita Albert Einstein, buscando identificar modelos inovadores de atenção ao parto, capazes de promover a melhor qualidade do cuidado e a segurança da mãe e do bebê.

O único hospital da Baixada Santista escolhido no projeto foi o São Lucas. Segundo Izilda Pupo, o parto adequado é aquele em que são levadas em consideração as melhores práticas para a mãe e para o bebê. “De preferência o normal natural, mas também pode ser o normal com anestesia e até mesmo a cesárea, quando há a indicação adequada”, explica.

Por trás da iniciativa, está a filosofia do “deixe seu bebê escolher o dia de nascer”. A médica argumenta que mãe e bebê são quem devem ditar os rumos do nascimento. “O médico deve intervir apenas nos casos patológicos”, diz a obstetra.

Quando o projeto foi iniciado, o hospital criou três quartos de parto, em que as mães são assistidas. Por lá, a mãe pode ser atendida por doula e fazer uma série de exercícios e intervenções não médicas para facilitar o nascimento do bebê.

“É uma suíte isolada, em que a mãe tem toda a privacidade. Depois que nasce, o bebê não sai de perto dela nem para ser avaliado pelo pediatra”, explica a obstetra Izilda Pupo.